sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sinalização só para um lado confunde motoristas no bairro do Fonseca

Rua Soares Miranda, de mão dupla, tem semáforos apontando para apenas um sentido. E sinal se move quando venta, pondo em risco a segurança de quem atravessa a via

Primeiro a família e depois a escola ensinam a olhar para os dois lados da rua antes de dar o primeiro passo em direção ao outro lado. A lição parece ter importância ainda maior para os alunos da Escola Municipal Paulo Freire, na Rua Soares Miranda, no Fonseca. Um semáforo em frente à unidade de ensino está, há meses, como uma biruta, girando com o vento, pondo em risco a segurança de quem atravessa.

“Eu já entrei em contato com a prefeitura para avisar sobre o problema. Quando não estão virados para um lado só, estão com alguma lâmpada queimada. É impossível um sinal em frente a uma escola ficar tanto tempo sem manutenção. Agora, a lâmpada do sinal verde que está ao contrário queimou, então, nem que vire para o outro lado vai adiantar”, comenta o morador Emerson Cidade, de 61 anos.

As mudanças na sinalização do local teriam começado com a entrada em operação do Corredor Metropolitano da Alameda São Boaventura, em março. A rua, que sempre fora mão dupla, passou a ter apenas uma mão de direção. Foi quando o semáforo teria sido mexido pela primeira vez. Pouco tempo depois, a alteração foi desfeita e a via passou a ser novamente de mão dupla, mas o sinal nunca mais foi o mesmo.

“Depende do vento. Se corre para um lado, ele vira para lá. Se corre para o outro, ele volta para a posição correta. Deve ter algum parafuso solto, não sei. Só vejo que, às vezes está para um lado, outras para outro”, diz o jornaleiro Fernando Carvalho, de 29 anos. 

O professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Bruno Ramos, de 29 anos, conta como salvou o também professor de Libras Ricardo Boareto de um atropelamento.

“Ricardo veio andando e viu carros de um lado parados, mas não percebeu que do outro lado os veículos não pararam. Puxei ele pelo braço bem a tempo. Quase que um carro o pegou”, relata.

De acordo com Bruno, a sinalização com defeito é potencialmente mais perigosa para os alunos surdos-mudos. Sem auxílio da audição, seria mais difícil perceber a movimentação de um carro. Outro problema relatado pelo professor é a falta de um agente de trânsito para garantir que os motoristas respeitem a sinalização, que estaria sendo constantemente ignorada pelos condutores.

Questionada a respeito do problema, a Prefeitura respondeu que os sinais em frente à escola ocupam apenas um braço, o que não significa que estejam voltados para um lado só e que eles foram instalados antes da implantação da mudança do trânsito.(Fluminense)

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