O ecônomo (responsável pela administração dos bens) da Arquidiocese do Rio de Janeiro, monsenhor Abílio Ferreira da Nova, 77, foi preso pela Polícia Federal no aeroporto Tom Jobim, no domingo, quando embarcava para Portugal com 52,8 mil euros (R$ 117,2 mil) e US$ 778.
Ele foi indiciado sob acusação de evasão de divisas, crime com pena prevista de dois a seis anos de reclusão.
Segundo a PF, o religioso transportava 45 mil sem autorização legal na bagagem. A lei obriga passageiros a declarar à Receita a posse de valores em moedas estrangeiras superiores a R$ 10 mil. A quantia foi apreendida, de acordo com a PF.
Outros 7.000 que estavam com o religioso tinham origem comprovada por meio de documento de câmbio do Bradesco, ou seja, atendiam a uma das exigências da Receita.
Por meio da assessoria da Arquidiocese, Abílio disse em nota que viajava de férias para a sua cidade natal, em Portugal, onde iria descansar, cuidar da saúde, visitar parentes e celebrar um casamento e um batizado.
"Levava comigo parte de minhas economias, adquiridas ao longo de anos, cuja procedência é declarada. Minha intenção era ajudar parentes pobres e a paróquia onde fui batizado", disse.
Ele lamentou ainda "o erro de não ter informado, previamente, que estava de posse [do dinheiro]".
Abílio ficou preso no aeroporto até a manhã de segunda-feira (6), quando a Justiça Federal concedeu liberdade provisória. Em seu pedido, ele alegou problemas de saúde e sugeriu até ficar em prisão domiciliar como alternativa à reclusão em presídio.
Em nota divulgada ontem à tarde, a Arquidiocese do Rio afirmou que Abílio havia apresentado pedido de renúncia ao cargo em maio devido a problemas de saúde.
O monsenhor assumiu o cargo no ano passado após o padre Edvino Steckel ser afastado por excesso de gastos, como a compra de um apartamento de R$ 2,2 milhões no Flamengo, zona sul.
A delegacia da PF no aeroporto afirmou que recebeu uma denúncia anônima no sábado (5), comunicando que uma "pessoa chamada Abílio Ferreira da Nova embarcaria às 18h45 no voo 184 da TAP, levando 50 mil sem declaração de imposto".(Folha de São Paulo)
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