Controle Urbano achou sofá em calçada de Icaraí, depósito de catadores de papelão e até aparelhos de ginástica. Duas famílias que moravam na Amaral Peixoto foram removidas
Cerca de doze toneladas de materiais diversos desde papelões, até móveis e aparelhos de ginástica danificados, foram retirados das ruas de Niterói nesta segunda-feira. E duas famílias que estavam morando na calçada da Avenida Amaral Peixoto com a Rua Visconde de Itaboraí, no Centro da cidade, foram removidas. As secretarias municipais de Controle Urbano e de Segurança realizaram ontem mais uma Operação Choque de Ordem no Centro e Zona Sul da cidade. A operação contou também com o apoio da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
A equipe da Secretaria de Controle Urbano iniciou o trabalho às 10h e em menos de 30 minutos não havia mais indícios das duas famílias que, há meses, moram na calçada no Centro. Sofás, colchões, pedaços de madeira que faziam as vezes de paredes e mobília foram postos no caminhão, com capacidade para 10 toneladas.
“É a segunda vez que perco tudo. Primeiro foi no Bumba, quando perdi filhos e marido. Agora aqui na rua, que perco meu barraco. A diferença é que dessa vez mandaram um caminhão para carregar as coisas. No morro não teve”, desabafa a catadora de papelão Maria das Dores, de 35 anos.
Ela afirma que preferiu morar na rua por quatro meses a ficar em um dos abrigos para vítimas dos deslizamentos de abril.
“A gente precisa de ajuda e não de senzala”, frisa.
Mas a retirada de Maria das Dores e sua vizinha grávida, Roseni Duarte da Silva, de 24 anos, deu tranquilidade a frequentadores e moradores do Centro.
“Esse grupo me ameaçou no sábado, quando saía da farmácia. Me pediram dinheiro e, como eu não dei, me xingaram. Dois homens que estavam deitados se levantaram e vieram na minha direção querendo me agredir. Isso em plena manhã! Fui defendida por funcionários da loja de sapatos”, diz a terapeuta holística Rosângela de Souza, de 58 anos.
O casal que teria morado no Bumba foi, segundo a Prefeitura, encaminhado para Cabo Frio, terra de origem de um deles. A jovem grávida foi acolhida em um dos abrigos do município.
Zona Sul – Depois de liberar a calçada no Centro, a operação foi para Icaraí, onde foi retirado, da calçada do Cinema Icaraí, um sofá. Não havia morador de rua no local, mas a presença do sofá é um indício de que o local também é utilizado como moradia.
Zona Sul – Depois de liberar a calçada no Centro, a operação foi para Icaraí, onde foi retirado, da calçada do Cinema Icaraí, um sofá. Não havia morador de rua no local, mas a presença do sofá é um indício de que o local também é utilizado como moradia.
Na Rua Doutor Pedro Pessoa, no mesmo bairro, uma pilha de papelão que era separada na calçada da via, atrapalhando a passagem de pedestres, foi retirada junto com uma bicicleta ergométrica.
“As pessoas que querem se livrar de bens mobiliários devem fazer doações diretamente às instituições. Entregando as coisas a pessoas na rua ou simplemente jogando-as nas calçadas só podem contribuir para o caos com que nos deparamos hoje em algumas ruas”, diz o secretário de Controle Urbano, Gilberto Almeida.
Na Rua São Sebastião, no Centro, uma moradora de rua guardava, na calçada, três toneladas de materiais coletados pela cidade.(O Fluminense)
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