segunda-feira, 13 de setembro de 2010

'É uma eleição de continuidade', avalia cientista política sobre possível vitória de Dilma

Com pequenas diferenças, especialistas em política no Brasil concordam em avaliar que a eleição de Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais de outubro é praticamente certa, da mesma forma que a revista britânica "The Economist" divulgou na edição desta semana. 

Na visão da "The Economist", a virtual eleição de Dilma é respaldada pelo alto índice de popularidade do governo Lula e pelo apoio direto do presidente, além de ter garantida uma forte presença situacionista dentro do Congresso Nacional. Ainda de acordo com a publicação, ela é favorita mesmo com a insistência do principal adversário, José Serra (PSDB) em atribuir à sua campanha o episódio da quebra do sigilo fiscal de integrantes da oposição e da sua família.

Segundo Alessandra Aldé, pesquisadora do Doxa - Laboratório de Pesquisa em Comunicação Politica e Opinião Pública - do Iesp/Uerj ouvida pelo SRZD nesta sexta-feira, seus colegas, cientistas políticos e estatísticos, concordam em afirmar que acham muito difícil que a presidenciável petista não ganhe a eleição, embora ela própria não prefira fazer um prognóstico direto.

"É como antecipar o resultado de um jogo de futebol. No caso das eleições, já aconteceu casos em que candidatos que eram apontados como praticamente eleitos tiveram outro resultado nas urnas, como o ex-presidente Fernando Henrique em 1985", diz Alessandra, lembrando do pleito para prefeito de São Paulo realizado naquele ano, quando FHC perdeu uma eleição tida como certa para o também ex-presidente Jânio Quadros após o primeiro aparecer em uma foto já ocupando o gabinete da Prefeitura paulista.

Assim como a revista, a especialista frisa que nem mesmo a questão da violação dos sigilos deve causar um dano muito forte na camapanha de Dilma, justamente pela falta de provas que indiquem ligação direta: "O que teria que aparecer é o uso que foram feitos dessa quebra de informações, o que até agora não aconteceu".

"A campanha está sendo bem feita", avalia cientista política

"Desta vez, é uma eleição de continuidade, não de mudança. As pessoas estão satisfeitas e a campanha dela está sendo eficiente neste aspecto, conseguindo afastar pontos que poderiam prejudicá-la, como a falta de simpatia", destaca.

Sobre a falta de legitmidade com a história do PT, Alessandra Aldé confirma a análise da revista britânica, ainda reconhecendo que será um dos governos mais fortes da história republicana brasileira. Os nomes que serão eleitos para o Câmara e o Senado terão um importante papel.

"É uma preocupação, porque ela não tem um perfil político. Outras lideranças vão ser importantes para a relação de Dilma Rousseff com o Congresso, até porque o PT sempre foi um partido de confiança do presidente Lula", completa.(SRZD)

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