sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Município de Niterói à beira do racionamento de água

Concessionária responsável pelo abastecimento da região pede que população economize. Aumento de consumo e estiagem comuns nessa época geram alerta

O longo período de estiagem e o calor intenso podem levar os niteroienses a ter que racionar água. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira, pelo diretor da Águas de Niterói, Dante Luvisotto, que pede para que a população evite desperdícios. Nos últimos dias, segundo a concessionária, o consumo de água na cidade aumentou em mais de 20% - percentual maior que o registrado no mesmo período do ano passado, de 15%. Já na Região Oceânica, o aumento do consumo chega a 30%. 

Segundo Dante, o consumo do niteroiense, que em média é de 228 litros por habitante/dia, neste período, já superou 250 em alguns bairros. 

“O forte calor, aliado a um período prolongado sem chuvas, faz com que o Sistema Imunana-Laranjal (responsável pela produção e pelo abastecimento de água nos municípios de Niterói e São Gonçalo), opere no seu limite máximo. Por isso, pedimos que a população economize água neste momento a fim de evitar sua escassez neste verão, principalmente nas partes mais altas e mais extremas da rede”, explica.

Segundo a Águas de Niterói, para evitar a falta d’água, a frota de carros-pipa foi dobrada e estão sendo realizadas manobras setoriais no abastecimento; além disso, está sendo concluída a reativação de poços no Cafubá, utilizados pela Prefeitura no passado e que terão sua água tratada em uma Estação de Tratamento (ETA), reforçando o abastecimento da Região Oceânica ainda este mês. 

“Com a ativação dessa estação vamos produzir de forma independente mais de 1 milhão de litros de água por dia para a Região Oceânica. Já na próxima semana, será iniciada a fase de teste e no próximo mês, ela entrará em operação”, afirma.

Já a Cedae, apesar de confirmar o aumento no consumo, descartou a possibilidade de racionamento na região. Segundo a companhia, a produção de água no estado aumentou.

Não há previsão de chuva para os próximos dias

A estiagem já dura mais de duas semanas em Niterói e não há previsão de chuva para a região nos próximos dias. Segundo Rodrigo Mello, do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro (Simerj) há uma massa de ar quente sobre todo o estado difícil de dissipar.

“É uma massa muito seca que está sobre o Rio de Janeiro que está inibindo a formação de nuvens e, por isso, não chove. E não deve cair água do céu tão cedo. Tem uma frente fria que está vindo do sul, porém ela não deverá romper essa massa de ar quente. Ou seja, nem mesmo na semana que vem deve chover, a não ser que haja uma perturbação atmosférica muito forte, que faça entrar muita umidade de repente”, explica o meteorologista.

Assim, o fim de semana deve ser de muito sol e céu limpo. O especialista diz que a média de temperatura para este final de semana deve ficar em torno dos 38 graus na cidade. Ainda segundo Rodrigo Mello, os termômetros não deverão marcar abaixo dos 35 graus durante o dia.

Os efeitos da estiagem já podem ser vistos. O número de chamados feitos ao Corpo de Bombeiros da cidade por conta de fogo em vegetação, até esta quinta-feira, era de pelo menos 15, contra 11 no mesmo período de 2010. Nesta quinta-feira, o quartel de Charitas atendeu a três chamados do tipo.

Para driblar o calor que estacionou no estado, a população adota todo o tipo de medida. Apesar de não haver previsão de chuva, pessoas empunhando guarda-chuvas nas ruas são vistas por todos os lados, usando o objeto para se proteger do sol. Já quem está de folga, não se refresca em praias e piscinas. Bebidas refrescantes e protetor solar estão sempre à mão.

“Para tentar diminuir o calor, tomo muita água de coco e chupo muito picolé, no mínimo três por dia. Quando posso, vou à praia, normalmente a de Itaipu”, conta Anderson Porto, de 38 anos, analista de sistemas.

A advogada Renata Soares, de 36 anos, quando não pode ir à praia, usa a criatividade.

“Se fico em casa, tomo até banho de mangueira”, comenta. 

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Rio é, há seis dias, a capital mais quente do país. (O Fluminense)

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