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terça-feira, 15 de março de 2011

Torneiras secas: problema ainda bem longe do fim em Niterói e São Gonçalo

Para ambientalistas, solução para falta d’água não se restringe à ampliação de Imunana-Laranjal, mas em cuidar dos mananciais, ameaçados pelo constante desmatamento

O “desafio do século XXI”, idealizado na distribuição igualitária de água a todos os municípios, bate à porta e para moradores de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí está longe de ser solucionado. A Cedae anunciou a ampliação na capacidade de tratamento do sistema Imunana-Laranjal, mas ambientalistas alertam que o problema está antes do tratamento, nos rios e mananciais que abastecem as cidades.

A água que chega às torneiras de mais de 1,7 milhão de pessoas vem do Rio Macacu e seu principal afluente, o Guapiaçu e é captada para tratamento próximo a Visconde de Itaboraí. No trajeto da serra até o local, o desmatamento e o uso descontrolado prejudicam o rio e a captação de 5 mil litros por segundo (5 m³/s) o “sufoca” ainda mais. Atualmente, essa quantia de água retirada não é suficiente para atender à demanda da crescente população e o futuro pode ser preocupante.
“O problema já está instalado. Está em cada esquina, em cada prédio que se ergue, no aporte populacional que as cidades estão recebendo por conta do Complexo Petroquímico (Comperj). O rio já está em sua capacidade máxima, não se pode tirar ainda mais água dele para abastecer as cidades. A retirada da cobertura de floresta prejudica ainda mais, pois desregula a vazão dos rios, que enchem muito com a chuva, mas logo escoam, ficando vulneráveis a períodos de estiagem como este que enfrentamos”, explica Dora Hees de Negreiros, do Instituto Baía de Guanabara.

Segundo Dora, apesar do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) não utilizar a água tratada pela Cedae, a população de trabalhadores necessitará dela. O complexo deve utilizar água de reuso empregada na limpeza dos filtros da estação de tratamento de Guandu.

Para solucionar o problema de falta d’água na região, a Cedae está investindo R$ 150 milhões em ações que englobam a ampliação da capacidade de Imunana-Laranjal de 5 m³/s para 7 m³/s, mas o projeto vem gerando críticas.

Aumento - A retirada de mais água do Rio Macacu pode impactar toda a Baía de Guanabara. A bacia do Guapiaçu-Macacu é a maior drenante de água para a baía e alguns organismos no mangue dependem diretamente da água doce que chega.

“Não é apenas ampliar a retirada de água. Temos que avaliar de quanta água depende o mangue, por exemplo. Estamos acompanhando o crescimento da língua salgada em Itambi, que significa diminuição na vazão do rio. Ficamos um tempo sem chuva e existe ainda o uso indiscriminado da água do subsolo, que é engarrafada e vendida. O rio já está sufocado para retirar mais água”, revela Péricles Muniz, biólogo e diretor da Associação de Preservação dos Rios e Serras de Macacu (Prisma).

A Cedae informou que a ampliação será finalizada até o fim do ano. Atualmente, a estação funciona em sua capacidade máxima, mas não é capaz de suprir a grande demanda. Esta iniciativa, junto com a reativação de reservatórios em São Gonçalo deve minimizar os problemas de abastecimento. O medo dos ambientalistas é que isto se reflita em perda de biodiversidade na baía.

Para Dora, a solução deve ser pensada antes da captação e em campanhas de conscientização para o uso consciente da água, principalmente com o advento do Comperj. “Algumas soluções são pensadas, como a construção de barragens no Guapiaçu. É uma alternativa artificial para substituir a função das florestas que é de regular a vazão dos rios. De qualquer forma, a retirada de mais água pode não ser a solução. As pessoas vão precisar de água e não teremos de onde tirá-la, então o melhor a se fazer agora é investir em campanhas de conscientização e também diminuir as perdas do sistema em vazamentos. A barragem pode ser uma solução sim, mas precisa ser bem estudada”, disse.

A Cedae divulgou que a ampliação do sistema causará menos impacto que o esperado pelos ambientalistas. Segundo a empresa, não é captada água apenas no Rio Macacu, mas também no Canal de Imunana, que é a junção dos rios Macacu e Guapiaçu, o que garante água suficiente para o tratamento de 7 m³/s sem comprometer o nível dos rios. “Além disso, a companhia tem outorga do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para captar até 9,25 metros cúbicos de água por segundo no Rio Macacu, embora não o faça”, concluiu a nota.

Para os pesquisadores, o impacto pode ocorrer sim, pois o Rio Macacu teria uma vazão média de 7 m³/s na altura da tomada d’água do Imunana. Nos períodos de estiagem, o nível pode cair a 5,5 m³/s ou até menos.

Barragem - Pensado há mais de 30 anos, o projeto de represar água do Guapiaçu causou polêmica recentemente, mas é apontado por pesquisadores como uma possível solução para o problema, apesar de todo o impacto que causaria a construção do lago. Moradores da área que será alagada realizaram protestos com a volta à tona das discussões sobre a necessidade da represa. Apesar de todo o estardalhaço, o projeto pode não ser realizado a curto prazo. Segundo o Inea, a barragem ainda é um pré-projeto, sem prazo para realização.

“Na época, a Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), hoje Inea, reuniu todos os proprietários de terra do local e falou até em indenização, mas depois tudo caiu no esquecimento”, explicou Cleber Araújo, proprietário de um lote em Areal de Subaio, uma das áreas que seriam alagadas.(O Fluminense)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Água está cada vez mais escassa e cara em Niterói e São Gonçalo

Carros-pipa não dão conta do crescimento dos pedidos e moradores reclamam do preço cobrado. Custo para contratar o serviço era de R$ 180, mas já aumentou em R$ 40


Moradores de Niterói e São Gonçalo, que sofrem com problemas no abastecimento  de água há semanas, têm agora mais um desafio: encontrar um carro-pipa. Com a estação de Imunana-Laranjal trabalhando na capacidade máxima e um aumento no consumo de mais de 20%, as solicitações aumentaram tanto que os chamados pipeiros estão tendo dificuldades para atender a todos os pedidos. Em Niterói, há um mês, o custo para contratar o serviço era de R$ 180. Agora está R$ 220. 

O funcionamento para abastecimento de carros-pipa, que vinha sendo feito das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, foi ampliado após a manifestação. Agora os pipeiros são atendidos, em Laranjal, das 7 às 20 horas, inclusive aos sábados.

Roberto atua em Niterói, onde fica a sede da sua empresa, mas carrega o carro em São Gonçalo. Companheiros de profissão de Niterói, no entanto, teriam a opção de abastecer em Santa Bárbara, mas segundo relatos de pipeiros, o Booster Santa Bárbara ficou fechado, sem água.

Explicações – A Cedae, que é responsável pela distribuição da água que abastece Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Paquetá, explica que a estação de tratamento de Imunana-Laranjal está operando na capacidade máxima e que a falta de água não se deve à queda na produção, mas no aumento da demanda.

Segundo a Águas de Niterói, concessionária que administra o serviço, não houve problemas no abastecimento no Booster Santa Bárbara. A empresa informou que a operação foi normal e que foram  efetuados mais de cem abastecimentos de carros-pipa.(O Fluminense)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Município de Niterói à beira do racionamento de água

Concessionária responsável pelo abastecimento da região pede que população economize. Aumento de consumo e estiagem comuns nessa época geram alerta

O longo período de estiagem e o calor intenso podem levar os niteroienses a ter que racionar água. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira, pelo diretor da Águas de Niterói, Dante Luvisotto, que pede para que a população evite desperdícios. Nos últimos dias, segundo a concessionária, o consumo de água na cidade aumentou em mais de 20% - percentual maior que o registrado no mesmo período do ano passado, de 15%. Já na Região Oceânica, o aumento do consumo chega a 30%. 

Segundo Dante, o consumo do niteroiense, que em média é de 228 litros por habitante/dia, neste período, já superou 250 em alguns bairros. 

“O forte calor, aliado a um período prolongado sem chuvas, faz com que o Sistema Imunana-Laranjal (responsável pela produção e pelo abastecimento de água nos municípios de Niterói e São Gonçalo), opere no seu limite máximo. Por isso, pedimos que a população economize água neste momento a fim de evitar sua escassez neste verão, principalmente nas partes mais altas e mais extremas da rede”, explica.

Segundo a Águas de Niterói, para evitar a falta d’água, a frota de carros-pipa foi dobrada e estão sendo realizadas manobras setoriais no abastecimento; além disso, está sendo concluída a reativação de poços no Cafubá, utilizados pela Prefeitura no passado e que terão sua água tratada em uma Estação de Tratamento (ETA), reforçando o abastecimento da Região Oceânica ainda este mês. 

“Com a ativação dessa estação vamos produzir de forma independente mais de 1 milhão de litros de água por dia para a Região Oceânica. Já na próxima semana, será iniciada a fase de teste e no próximo mês, ela entrará em operação”, afirma.

Já a Cedae, apesar de confirmar o aumento no consumo, descartou a possibilidade de racionamento na região. Segundo a companhia, a produção de água no estado aumentou.

Não há previsão de chuva para os próximos dias

A estiagem já dura mais de duas semanas em Niterói e não há previsão de chuva para a região nos próximos dias. Segundo Rodrigo Mello, do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro (Simerj) há uma massa de ar quente sobre todo o estado difícil de dissipar.

“É uma massa muito seca que está sobre o Rio de Janeiro que está inibindo a formação de nuvens e, por isso, não chove. E não deve cair água do céu tão cedo. Tem uma frente fria que está vindo do sul, porém ela não deverá romper essa massa de ar quente. Ou seja, nem mesmo na semana que vem deve chover, a não ser que haja uma perturbação atmosférica muito forte, que faça entrar muita umidade de repente”, explica o meteorologista.

Assim, o fim de semana deve ser de muito sol e céu limpo. O especialista diz que a média de temperatura para este final de semana deve ficar em torno dos 38 graus na cidade. Ainda segundo Rodrigo Mello, os termômetros não deverão marcar abaixo dos 35 graus durante o dia.

Os efeitos da estiagem já podem ser vistos. O número de chamados feitos ao Corpo de Bombeiros da cidade por conta de fogo em vegetação, até esta quinta-feira, era de pelo menos 15, contra 11 no mesmo período de 2010. Nesta quinta-feira, o quartel de Charitas atendeu a três chamados do tipo.

Para driblar o calor que estacionou no estado, a população adota todo o tipo de medida. Apesar de não haver previsão de chuva, pessoas empunhando guarda-chuvas nas ruas são vistas por todos os lados, usando o objeto para se proteger do sol. Já quem está de folga, não se refresca em praias e piscinas. Bebidas refrescantes e protetor solar estão sempre à mão.

“Para tentar diminuir o calor, tomo muita água de coco e chupo muito picolé, no mínimo três por dia. Quando posso, vou à praia, normalmente a de Itaipu”, conta Anderson Porto, de 38 anos, analista de sistemas.

A advogada Renata Soares, de 36 anos, quando não pode ir à praia, usa a criatividade.

“Se fico em casa, tomo até banho de mangueira”, comenta. 

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Rio é, há seis dias, a capital mais quente do país. (O Fluminense)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Manutenção emergencial prejudica abastecimento de água em Niterói

Serão realizados serviços de reparo no sistema produtor Imunana-Laranjal. Companhia informa que disponibilizará carros-pipa para serviços essenciais, como hospitais e escolas

A Águas de Niterói informou nesta quarta-feira que a distribuição de água está prejudicada em Niterói devido a uma manutenção emergencial no sistema produtor de água de Imunana-Laranjal – operado pela Cedae. De acordo com a empresa, os reparos devem ser concluídos ainda na madrugada desta quinta-feira. O abastecimento de água só estará totalmente normalizado 48 horas após a conclusão dos trabalhos.

A companhia informa que disponibilizará carros-pipa para o fornecimento de água para os serviços essenciais como hospitais, postos de saúde, creches e escolas. A concessionária pede que a população evite o desperdício.(Fluminense)