terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Verão em Niterói promete problemas de infraestrutura

Obras no caminho e estacionamentos irregulares podem comprometer a estação mais esperada do ano para os niteroienses.

O niteroiense que quiser aproveitar os dias ensolarados do verão que se aproxima nas praias da Região Oceânica vai ter que encarar o trajeto com muita paciência. Pelo caminho, independentemente da praia escolhida, o motorista encontra obras e afunilamentos. Na chegada, a falta de vagas e os transtornos causados pelo grande número de carros, o estacionamento irregular e a coação de flanelinhas não autorizados. E as operações de Controle Urbano nas praias só começam em janeiro.

Em finais de semana de sol, o trajeto da Praia de Icaraí até Itacoatiara, passando pela Estrada Francisco da Cruz Nunes, pode durar até duas horas. Em dias e horários de pouco fluxo, os quase 18 quilômetros são percorridos em até 20 minutos. Um dos principais inconvenientes que os motoristas terão de enfrentar nesse verão é a recém iniciada contenção na Estrada da Cachoeira, que consome uma pista da via. 

Mas, para muitos motoristas, o maior fator de desânimo é o estacionamento. A moradora do Engenho do Mato, Regina Calleya, de 57 anos, explica que, quando vai à praia, deixa a filha estacionar o carro e sai para buscar um lugar na areia para a família.

“Às vezes só tem vaga muito longe e é preciso montar todo um esquema para conseguir aproveitar um pouco de praia em Niterói”, reclama.

Segundo o secretário regional de Itacoatiara, José Cícero do Nascimento, no verão passado, a cada final de semana, cerca de quatro mil veículos transitaram pelo bairro, o que pela estimativa dele contabilizou aproximadamente 20 mil pessoas.

“Para este ano, vamos intensificar as parcerias com a associação de moradores (Soami) e a Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) para delimitar melhor os estacionamentos”, explica.

A moradora da Rua das Rosas, via paralela à avenida da praia, Therezinha de Fátima Toledo, de 37 anos, acredita que uma ação extrema deva ser tomada com os carros de fora do bairro.
“Tenho vontade até de me mudar no verão. Aqui fica um inferno e somos impedidos até de entrar em nossas garagens por carros que estacionam na porta”, indigna-se.

A situação no bairro de Camboinhas não é diferente. O médico e morador da região Luiz Cláudio Branco de Farias, de 45 anos, muda a rotina nos finais de semana.

“Quando eu tenho que estar no Rio às 7 horas da manhã de um sábado ou um domingo, saio de casa às 5. Quando vou receber visita, se forem pessoas com quem tenho intimidade, peço para chegarem à noite e dormirem em casa”, conta.

Ele ainda explica que, para percorrer os quase 10 quilômetros de sua casa até o comércio do trevo de Itaipu, ele gasta cerca de 20 minutos em dias normais – já em finais de semana, a ida ao mercado pode demorar mais de 40.  

O estacionamento também é problemático em Camboinhas. O advogado Lúcio Bittencourt, de 26 anos, afirma que as bandalhas são frequentes e pergunta pela fiscalização.

“Flanelinhas demarcam alguns terrenos vazios para servir de estacionamento. Sem controle e fiscalização das áreas ilegais, a concentração só aumenta”, declara. 

O secretário de Segurança e Controle Urbano Wolney Trindade, identificou na Região Oceânica as praias de Camboinhas e Itaipu como as localidades mais problemáticas. 

“A partir da próxima semana definiremos o esquema da Operação Verão, que deve entrar em vigor em janeiro”. 

Já com relação ao tráfego, a Subsecretaria de Trânsito anunciou que vai monitorar todas as pistas de acesso para a região e que irá considerar a sugestão de moradores para a realizar uma operação de reversão de faixas para garantir mais pistas para escoamento. Mas, explicou que o procedimento só acontecerá em casos de grande intensidade do fluxo.(O Fluminense)

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