Jorge Roberto Silveira tem planos ambiciosos para 2011. Entre os projetos está novo terminal de ônibus no Centro e possível nova ligação entre a cidade e o Rio de Janeiro
Logo após a solenidade de inauguração do prédio da Fundação Oscar Niemeyer, no Centro de Niterói, o prefeito Jorge Roberto Silveira, se reuniu com a imprensa. Ele dispensou formalidades e concedeu uma entrevista coletiva em tom de bate-papo. Por cerca de 40 minutos, falou sobre o difícil ano de 2010 e antecipou o planejamento para os próximos dois anos de mandato.
Jorge Roberto anunciou planos ambiciosos para a cidade nos próximos anos, planos para o Caminho Niemeyer e a possibilidade de criação de uma nova ligação entre o Rio e Niterói, como foi antecipado na edição desta quarta-feira pela Coluna Informe. Durante a coletiva, ele também deixou de lado o otimismo e não poupou críticas à atual situação da Saúde na cidade. Em momento de autocrítica, admitiu não ter administrado bem a crise e revelou ter vivido um dos piores momentos de sua história política.
Parafraseando o ex-presidente Juscelino Kubitschek, Jorge Roberto Silveira reiterou a intenção de realizar “três anos de governo em um”. Entre os projetos, um dos mais ousados é a construção de um novo terminal rodoviário para compor o Caminho Niemeyer e a consequente demolição do Terminal João Goulart. Os motivos seriam o esgotamento do atual espaço e a incompatibilidade arquitetônica entre o prédio e as obras de Niemeyer. O projeto teria orçamento previsto em R$ 80 milhões e seria completamente custeado pela empresa interessada na operação do empreendimento.
“O prédio será construído próximo à estação hidroviária que está sendo projetada para substituir a Estação Arariboia das barcas e que deve ser construída pela concessionária Barcas S/A. A estação da Linha 3 do metrô também compõe o plano”, disse.
Jorge Roberto lembrou, ainda, os demais empreendimentos que estão sendo previstos para o complexo arquitetônico, como o Centro de Convenções, que terá investimento do Estado, e a construção da Torre Panorâmica, que será erguida com recursos do Estado e da União.
Sobre o Centro BR de Cinema, o prefeito informou que as obras da Prefeitura devem durar até março e o projeto ainda deve consumir cerca de R$ 2 milhões. Após esse período, será aberto o processo de licitação para definir a empresa que vai explorar comercialmente as salas de cinema. A contrapartida da vencedora será a equipar os espaços com recursos próprios. A finalização e início das operações devem acontecer entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012.
Rio-Niterói – Perguntado sobre a possibilidade de se criar uma nova ligação entre o Rio e Niterói, o prefeito se esquivou de dar mais detalhes, alegando não ter informações precisas. Mas ele já teria sido convidado pelo governador Sérgio Cabral a participar de uma reunião para tratar desse assunto. O encontro contará com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Saúde – De acordo com o prefeito, o principal projeto para a área da Saúde em Niterói é a devolução dos dois hospitais que hoje são administrados pelo município: o Hospital Orêncio de Freitas (HOF) e o Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho. A ideia é de que eles voltem a ser geridos pelos governos Federal e Estadual, respectivamente. Ambos custariam aos cofres públicos cerca de R$ 28 milhões anuais, um valor que a Prefeitura não teria como arcar.
Após a municipalização das unidades, ocorrida no início da década de 90, os funcionários continuaram a ser remunerados pelos antigos gestores. No entanto, em alguns anos, aposentadorias foram forçando o município a repor o quadro de funcionários por conta própria, o que onerou os cofres da cidade.
“Raríssimas prefeituras administram um hospital. Nós administramos dois. Essas unidades estão atendendo mal, assim como os postos de saúde. Nem o Programa Médico de Família funciona como antes. Queremos devolver os dois hospitais e focar nos postos. A população tem toda a razão de reclamar e acho que ainda reclama pouco”, enfatizou.
Chuvas – A questão da tragédia das chuvas também foi abordada pelo prefeito, que relembrou o momento de fragilidade pelo qual passou a cidade em 2010. Jorge Roberto, no entanto, aproveitou a oportunidade para reiterar a necessidade de recuperar a autoestima da população. Ele citou a criação da Geo-Nit e a emancipação da Defesa Civil de Niterói como as consequências das chuvas e assegurou que os órgãos vão fortalecer o executivo na prevenção a desastres como os de abril.
“Foi muito triste para mim. Duas chuvas me marcaram profundamente: a que causou a morte do meu pai e a de abril. Acho que não administrei bem a crise e me senti acuado, sem oportunidade de me explicar. Em toda a minha vida política, nunca vivi momentos tão duros. Mas acho que Niterói precisa virar a página e dar a volta por cima. É o que a população quer”, concluiu.(O Fluminense)
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