sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Terminal João Goulart, no Centro, se transforma no vilão do tráfego


Operando acima da capacidade, passageiros enfrentam longas filas de espera para embarque, no fim do dia, e veículos encontram trânsito confuso dentro e fora do local

O Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro, já estaria operando acima da capacidade, o que tem ocasionado longas filas de espera para embarque, no fim do dia, e um trânsito confuso dentro e fora do terminal. Alguns ônibus poderão ser transferidos para a rodoviária. 

Inaugurado no dia 29 de agosto de 1994, o terminal de ônibus municipais e intermunicipais nunca recebeu obras de expansão das áreas operacionais, apesar de ter recebido lojas e quiosques para vendas. De lá para cá, o número de usuários chegou a 400 mil por dia e o número de ônibus aumentou em mais de 30%, segundo estimativa do superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado (Setrerj), Márcio Barbosa.

“O terminal precisa ser ampliado caso tenha que continuar recebendo este número de ônibus. E devemos prestar atenção também na circulação de área, senão os reflexos no trânsito no entorno podem piorar e todos saem perdendo. Hoje o cliente não está sendo bem atendido, existe demora para chegar à plataforma, para sair dela, longas filas, isto tudo são sintomas de que o terminal não vai bem”, diz Barbosa.

Controlando muitas das 110 chegadas e partidas de coletivos que fazem a ligação do Centro de Niterói com o bairro Mutuapira, em São Gonçalo, o despachante Aldair Marinho, de 53 anos, explica que tenta liberar os ônibus o mais rapidamente possível para que não fiquem atrapalhando dentro do terminal. São 30 ônibus que cumprem o trajeto, que há pouco tempo teve a previsão de tempo de viagem ampliada de 50 minutos para uma hora e vinte minutos. Tudo por conta do trânsito na chegada e partida do terminal, que pode consumir mais de 25 minutos no horário de rush.

Para os usuários, o segredo é chegar o mais cedo possível na plataforma de embarque.

“Depois das 17h tudo vira uma bagunça. Se chego nesse horário, já pego a fila do ônibus lá dentro do terminal e até chegar à plataforma o tempo passa”, diz Janaína Ferreira, de 35 anos, marítima.

A Niterói Terminais Rodoviários (Niter) informou que estuda reformulação e retirada de 30% do número de linhas que atualmente circulam no terminal – o que representa 160 ônibus a menos no local. Pelo estudo, algumas linhas intermunicipais poderão ser deslocadas para o Terminal Rodoviário Roberto Silveira.

Motoristas que passam nas proximidades sentem o peso do número de coletivos refletido nas condições de trânsito. O congestionamento por vezes ultrapassa os 500 metros da Rua Professor Plínio Leite e chega a apresentar reflexo na chegada ao Centro pela Avenida Feliciano Sodré. Outros acessos também ficam bloqueados.
 
“A fileira de ônibus que precisam cruzar a pista para entrar no terminal fecha o cruzamento, cria engarrafamentos e deixa o trânsito mais perigoso”, diz o fotógrafo Marcelo Pimenta, de 43 anos.

A Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) declarou que um novo plano de transporte de alta capacidade será implantado, o que diminuirá o impacto sobre o terminal.(O Fluminense)

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