segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tiroteios no Fonseca são constantes, reclamam os moradores da região

A disputa pelo controle dos pontos de venda de drogas na Favela Vila Ipiranga aterroriza os vizinhos da comunidade. Para eles, conflito é fruto do comércio de drogas nas redondezas

A disputa pelo controle dos pontos de venda de drogas na Favela Vila Ipiranga, no Fonseca, está aterrorizando moradores vizinhos à comunidade. Segundo eles, os tiroteios são constantes no local e é grande o risco de balas perdidas. Traficantes armados com fuzis e pistolas têm circulado livremente pelos arredores da favela. De acordo com moradores, o conflito pelo comércio ilegal de drogas, iniciado em setembro deste ano, transformou a rotina de quem vive no local. Com medo das constantes trocas de tiros, moradores evitam circular depois das 21 horas e as casas têm que permanecer sempre bem trancadas. 

“Os bandidos passeiam livremente em horários específicos, entre 16 e 18h30, e a partir das 22 horas. Eles estão sempre armados e geralmente usando motos. Vestem roupas camufladas bem parecidas com as do Exército e a dos Fuzileiros Navais. Os rostos estão sempre encobertos por toucas ninja. A vizinhança fica em silêncio, com medo das constantes ameaças feitas por esses marginais”, relatou um morador, que pediu para não ser identificado.

O bairro, segundo ele, era um lugar tranquilo antes de começar uma disputa entre duas facções criminosas rivais. A violência na área atingiu seu extremo no último dia 24, quando a população ficou no meio de um tiroteio entre traficantes e policiais que durou quase o dia todo. Alguns disparos chegaram a atingir o muro de um  condomínio na Rua Conrado Barbosa.

Moradores dizem ter entrado em contato com o 190 e com o 12º BPM (Niterói), mas ainda assim não conseguiram reforço no atrulhamento local. 

“Obtive a resposta de que para designarem o patrulhamento tem que haver ofício da Associação de Moradores. Então, para que serve esses telefones, se não atendem nossas solicitações?”, reclamou uma pessoa que reside próximo à comunidade.

A Polícia Militar tem realizado incursões na Vila Ipiranga, desde o início da guerra pelo comércio de drogas. Durante um confronto no último dia 5 de setembro, os PMs prenderam Gláucio dos Santos Ferreira, o Sherek, acusado pela polícia de dois homicídios.

Investigadores da 78ª DP (Fonseca) informaram que existem outros dois mandados de prisão contra supostos traficantes da localidade: Cleiton Bernardo Santana, o Cleiton da Vila, e outro conhecido como Matapá, cujo nome não foi divulgado. De acordo com o delegado titular, Reginaldo Guilherme, a intimidação de testemunhas dificulta a prisão de criminosos.

O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Ruy França, até o fechamento desta edição não retornou as ligações feitas para o seu celular.(O Fluminense)

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