sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Polícia estoura oito ferros-velhos clandestinos no Mutondo e Colubandê


Quinze pessoas foram presas durante operação da DRFA realizada no município de São Gonçalo. Ação teve o objetivo de coibir venda de peças de veículos roubados

Uma operação para reprimir roubos de carros na Região Metropolitana do Rio, desencadeada na manhã desta quinta-feira, resultou na prisão de 14 pessoas, na apreensão de um menor e no fechamento de 8 ferros-velhos em dois bairros de São Gonçalo. Ao todo 40 policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), no Rio, participaração da ação, que apreendeu no Colubandê e no Mutondo, toneladas de sucatas e peças que ainda serão averiguadas. Entre o material estava a carcaça de um veículo furtado recentemente em Niterói.

Após cruzarem a Ponte Rio-Niterói, os policiais da DRFA se dividiram em vários grupos, com objetivo de vistoriar simultaneamente os ferros-velhos, impedindo a comunicação entre eles. 

“Já realizamos outras operações, mas quando chegávamos aqui os ferros-velhos estavam fechados. Temos informações que os proprietários se associam e pagam uma pessoa para vigiar a praça do pedágio da Ponte Rio-Niterói. Quando nossos carros passam, eles avisam através de rádios. Por isso, dessa vez, usamos carros descaracterizados”, explicou delegado titular Márcio Mendonça.

Num dos estabelecimentos, na Rua José Mendonça de Campos, no Colubandê, a polícia conseguiu flagrar o momento em que três pessoas, entre elas um menor de 17 anos, faziam o desmanche de um Palio furtado há quatro dias na área da 77ª DP (Icaraí). O número do chassi havia sido raspado e os vidros estavam sendo arrancados para eliminar as provas. A polícia também encontrou uma placa clonada e outras duas que pertenciam a carros roubados.   

R.R.M., de 34 anos, M.A.M.S., de 20, e o menor foram autuados por receptação e formação de quadrilha. Os presos alegaram que eram funcionários e que não tinham conhecimento de que o comércio era clandestino. Um deles contou que ganhava R$ 250 por semana pelo serviço. Eles foram levados para a delegacia em São Cristóvão. O dono do ferro-velho não foi localizado.

Nos demais ferros-velhos, como não houve flagrante de desmanche, as pessoas detidas foram liberadas após prestarem depoimento. Elas vão responder em liberdade pelo crime de desobediência. Nesses ferros velhos foram encontradas portas sem vidro, mas não havia provas de que pertenceriam a carros roubados. O material foi levado para o galpão da delegacia em Irajá e os proprietários terão 180 dias para apresentar as notas fiscais ou todo o material será destruído.

Ao todo, sete ferros velhos foram fechados por não possuírem autorização de funcionamento. Uma lei sancionada em 2008 obriga que os estabelecimentos tenham concessão da DRFA. Estima-se que dos 400 existentes na Região Metropolitana, apenas 48 sejam regularizados. 

Em apenas um dos inúmeros  ferros-velhos irregulares, da Rua Guilherme dos Santos Andrade, no Mutondo, foram encontradas várias portas, pára-choques e lanternas. O proprietário, de 35 anos, alegou que possui os documentos de todas as peças, segundo ele, adquiridas em leilões de seguradoras. O contador que estava presente argumentou que o galpão estava funcionando desde junho e que os procedimentos de autorização estavam em andamento.     

Repressão – O objetivo da operação é reduzir o número de roubos e furtos de veículos na Região Metropolitana do Rio. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), nesta área foram registradas 1.621 ocorrências nessa modalidade. O destino de cerca de 20% do produto desses crimes são os ferros-velhos.

“Os proprietários chegam a faturar R$ 15 mil com um só veículo, dependendo da marca e do valor das peças. Sabemos que eles formam uma associação que contrata criminosos para roubar os carros, muitas vezes sob encomenda. Uma pessoa chega pedindo a porta de um determinado carro e eles mandam roubar o veículo dessa marca”, explicou o delegado.

Para reprimir as quadrilhas várias operações dessa natureza estão sendo realizadas em conhecidos focos do comércio de peças de automóveis. Há um mês, o alvo foi o bairro de Jacarepaguá, onde 13 pessoas foram presas e 2 mil autopeças apreendidas.(O Fluminense)

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