segunda-feira, 22 de novembro de 2010

História de Niterói

Século XVI

No ano de 1555, Villegagnon, através de informações precisas da existência da habitação portuguesa no norte do Brasil dada pelos Tamoios, dominou toda a Baía de Guanabara e institui a França Antártida. A região era muito evitada pelos portugueses por causa da resistência dos nativos locais. Assim, Villegagnon convenceu a Corte Francesa das vantagensde manter uma colônia permanente, de onde a França poderia tentar o controle de comércio com as Índias.


O controle intenso se estendia desde o atual Rio de Janeiro até o litoral de Niterói, ocupando algumas ilhas e praias. A dominação francesa é considerada o inicio da história niteroense.

A região foi muito bem desenvolvida por Villegagnon, que projetava a Henriville, em homenagem ao rei da França. O comércio com as Índias dava-se de maneira regular e próspera, tornando a Coroa Francesa bem confiante na colônia brasileira. No entanto, Villegagnon recorreu mais uma vez ao rei Frances e pediu um reforço de quatro mil homens e centenas de mulheres para os franceses se casarem. Impossibilitado, o soberano decidiu enviar a Henriville um grupo grande de calvinistas, aproveitando para amenizar os conflitos religiosos que aconteciam na França.

Passado algum tempo, os calvinistas regressaram a França, e Villegagnon pode oferecer apenas oitentas homens . Diante das acusações de preconceito e má administração, o navegador Frances teve de voltar a França para explicar-se, deixando em seu lugar Bois-le-Compte , seu sobrinho.


Aproveitando-se da ausência de Villegagnon, Mem de Sá, governador geral do Brasil, resolveu invadir a Guanabara e tomar posse da região, no ano de 1560. Com uma expulsão quase que total dos franceses de Henriville, o interior do atual Niterói foi ocupado rapidamente pelos fugitivos. Assim, Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, que continuara com o comando da guerra, recorreu à ajuda do cacique de uma tribo tupi, o Araribóia (que quer dizer cobra feroz). Araribóia havia sido expulso pelos franceses de sua terra natal, a ilha de Paranapuã, o que o fez aceitar o pedido do governador, com a esperança de reconquistar a ilha-mãe. Na época, Araribóia estava com sua tribo na Capitania do Espírito Santo, onde expulsou holandeses.


Com o fim da guerra, em 1567, Araribóia recebeu o nome cristão de Martim Afonso. Mas Estácio de Sá resolveu ocupar a ilha de Paranapuã, tornando-a a Ilha do Governador. Para manter a segurança na Baía de Guanabara, Estácio de Sá insistiu a Araribóia para não voltar para Espírito Santo, e o concedeu poder de escolha qualquer uma das regiões da Guanabara. Sem titubear, o cacique tupi apontou para o outro lado da Baía e disse que queria aquela região de águas escondidas, que em tupi guarani é Niterói. O local eram conhecido como Band’Além e foi para lá que Araribóia levou sua tribo, para a vila de “São Lourenço do Índios”. Como monumento de fundação, fora construído a Igreja de São Lourenço dos Índios, até hoje considerada como marco da cidade.


Séculos XVII XVIII

Nesses dois séculos, de 1600 até 1800, Niterói se manteve numa grande linha de estabilidade. A Vila Real da Praia Grande esteve centralizada no atual centro, abrangendo uma área que hoje corresponde ao Centro, o Bairro de Fátima, o bairro de São Lourenço e Gragoatá.

Além dessa pequena região, os niteroienses construíram a Fortaleza de Santa Cruz, a primeira fortificação erguida em volta da Baía da Guanabara, do ano de 1555. Veio recebendo melhorias, como a ampliação para o interior do morro e o crescimento de prisões e canhões.


Século XIX

As atividades navais eram responsáveis pelo progresso da aldeia, que com advento do comércio de peixes, de construções de armações, esquartejamento e industrialização de baleias adquiriu importância até tornar-se Vila Real da Praia Grande, em 1819, quando foi reconhecida pelo Reino de Portugal, agora com capital no Rio de Janeiro. Nesta época, a cidade baseava-se onde hoje é o centro, e pequena parte de seu litoral era habitada por pequenos grupos pesqueiros.

A primeira eleição de vereadores e juiz de paz aconteceu em 11 de janeiro de 1829. Com base na então nova Lei Orgânica, a Câmara foi constituida por sete vereadores, tendo como presidente Marcolino Antonio Leite, o vereador mais votado.

No ano de 1834, o atual estado do Rio de Janeiro passou a ser dividido em dois: o Estado do Rio de Janeiro (ocupando o lado leste da Guanabara) e o Distrito Federal, que era a cidade do Rio de Janeiro, a sede do Império Brasileiro.

Um Ato Adicional, realizado no mesmo ano, determinou a nomeação de Niterói como capital da província do Rio de Janeiro. No ano seguinte, 1835, a vila Real da Praia Grande passou a se chamar Nictcheroy, que quer dizer águas escondidas em tupi. A condição de capital trouxe série de desenvolvimentos urbanos, como a barca a vapor, iluminação pública a óleo de baleia, lampiões a gás, abastecimento de água e novos meios de transporte (bondes elétricos, estradas de ferro, companhia de navegação) para ligar a cidade ao interior do estado.


Nove anos depois, o imperador Dom Pedro I concedeu a cidade de Niterói o titulo de Imperial Cidade. A nomeação era dada em alguns centros urbanos do Brasil no período Imperial, onde as cidades mais importantes recebiam tal status, conferindo-lhes certa autonomia e poder regional.

No final do século XIX, por volta de 1885, foram fundados alguns sistemas de bonde, o que possibilitou a expansão da cidade para o litoral, como Icaraí e os extremos, como Ponta d’Areia e Itaipu.

A revolta da armada em 1893 prejudicou as atividades produtivas e forçou a transferência da sede da capital para Petrópolis, junto à fragmentação de seu território: freguesias próximas passaram a constituir o município de São Gonçalo.

Século XX

Com a amenização da revolta e devido à necessidade da proximidade da capital do estado do Rio de Janeiro com o Distrito Federal, em 1903, Niterói voltou a ser a capital do estado fluminense. Isso ocasionou um novo impulso de modernização na cidade com construção de praças, deques, parques, estação hidroviária e rede de esgotos, além de alargamentos das ruas e avenidas principais.

Alguns prefeitos se destacaram no desenvolvimento da “cidade sorriso”. Entre eles o primeiro de todos, Paulo Pereira Alves. Defensor do meio ambiente e incentivador do potencial turístico da Região Oceânica, foi idealizador da avenida na Praia de Icaraí. João Pereira Ferraz teve gestão marcada pela urbanização e Feliciano Sodré continuou o trabalho com objetivo de embelezar e também foi responsável pela implantação da rede de saneamento em alguns bairros. Ernâni do Amaral Peixoto era o prefeito quando houve o aterro de Praia Grande, os parcelamentos de áreas na Região Oceânica e a construção de avenida que ganhou seu nome.


O Aterro da Praia Grande possibilitou grandes obras de potencia econômicas e turísticas, como o Caminho Niemeyer, o Terminal Rodoviário Urbano, o campus da Universidade Federal Fluminense, a Praça JK e a Estação das Barcas.





Mas o maior marco para o crescimento econômico da cidade viria em plena ditadura, quando foi inaugurada a Ponte Presidente Costa e Silva, mas conhecida como Ponte Rio - Niterói, que usou um sistema muito avançado de sustentação, em 1974. Foi o sinal para o redirecionamento de investimentos públicos, da especulação imobiliária, da infra-estrutura e ocupação de bairros da Região Oceânica.

Em 1975, Niterói deixou de ser a capital do estado do Rio de Janeiro, por causa da fusão do estado da Guanabara e o Rio de Janeiro. Com a nomeação da cidade do Rio de Janeiro como capital do estado unificado, Niterói se viu em meio de um pequeno freio econômico-social.

Hoje, a cidade apresenta índices de desenvolvimento que a tornam mais do que simples coadjuvante da capital do estado. Referência em setores essenciais como educação, saúde, qualidade de vida e cultura, o município cresce a passos largos ganhando espaço no cenário nacional.


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