Instituto Estadual do Ambiente diz que Prefeitura de Niterói ainda nem entregou estudo de impacto. Licitação ocorreu há sete meses, mas envelopes com documentos seguem fechados
Com licitação aberta – e pendente – desde janeiro deste ano, as obras do túnel que deverá ligar os bairros de Charitas e Cafubá ainda não têm prazo para serem iniciadas. Tudo porque, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a Prefeitura de Niterói ainda não entregou o estudo de impacto viário que o túnel de 1,2 quilômetros de extensão pode causar e, por isso, o projeto ainda não obteve licença ambiental para ser executado.
Para o presidente do Conselho Comunitário da Região Oceânica (Ccron), Guilherme Flach, mais uma vez, o Executivo está sendo negligente na questão.
Conforme O FLUMINENSE noticiou em março deste ano, para que a Prefeitura defina a empresa que vai executar as obras de construção do túnel, é necessário obter a licença ambiental junto ao Inea. No entanto, a documentação da Prefeitura segue incompleta junto ao órgão estadual, o que inviabiliza o projeto temporariamente. Segundo o Inea, essa pendência existe desde o início da atual gestão, que considerou impróprio o estudo que já havia sido entregue ao Inea, mas não enviou nenhum outro para análise do instituto.
Para o engenheiro de Trânsito e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Walber Paschoal, o estudo sobre o impacto viário é imprescindível para a execução de um projeto desse porte. Através do estudo, é possível verificar as mudanças que o projeto pode trazer à região por onde a nova via vai passar.
“A solução é interessante, mas somente o estudo pode atestar se é mesmo positivo”, pondera.
Enquanto o estudo não é entregue ao Inea, a Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa) mantém lacrados quatro envelopes contendo propostas de empresas e o início do projeto segue em adiamento.
Moradores – Quem vive na Região Oceânica já está perdendo as esperanças de ver o projeto sair do papel. O presidente do Ccron acredita que esta é mais uma prova de que a região está abandonada à própria sorte.
“Desde as chuvas de abril, estamos à deriva. Parece que a Prefeitura não se encontrou mais. Todos os projetos estão parados aqui na Região Oceânica, e o do túnel é apenas mais um”, afirma.
Flach comentou, ainda, que a população não vem sendo informada sobre a questão, o que ressaltaria o descaso da Prefeitura.
“A Prefeitura não nos fornece nenhum dado sobre nada. Nenhum ofício enviado por nós foi respondido até agora”, reclama.
Audiência – O Ministério Público de Niterói informou que pretende marcar uma nova audiência pública para debater a questão do Túnel Charitas-Cafubá. De acordo com o promotor Luciano Mattos, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio, o objetivo dessa nova audiência seria esclarecer as mudanças sofridas no projeto após o último debate, em 2008. Desde então, ele foi inserido até mesmo no Plano Municipal de Transporte e Trânsito, do arquiteto Jaime Lerner.
Audiência – O Ministério Público de Niterói informou que pretende marcar uma nova audiência pública para debater a questão do Túnel Charitas-Cafubá. De acordo com o promotor Luciano Mattos, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio, o objetivo dessa nova audiência seria esclarecer as mudanças sofridas no projeto após o último debate, em 2008. Desde então, ele foi inserido até mesmo no Plano Municipal de Transporte e Trânsito, do arquiteto Jaime Lerner.
“Como houve alterações, solicitei ao Inea uma nova audiência. A princípio, sei que eles não teriam interesse, mas aguardo a resposta oficial”, diz Mattos.
O Inea afirma que não planeja realizar uma nova audiência pública a respeito do tema. No entanto, o órgão informa que apoiará qualquer iniciativa de nova discussão do projeto e vai enviar representante.
Procurada por O FLUMINENSE, a Prefeitura de Niterói informou apenas que não existe nenhuma novidade a respeito da construção do túnel no momento.
Planos para a implantação começaram na década de 70
Os planos de se construir uma ligação entre a Região Oceânica e a Zona Sul da cidade vêm sendo discutidos desde a década de 70. O pontapé inicial, no entanto, só veio no final de 1988, quando o então prefeito Waldenir de Bragança conseguiu autorização para sua elaboração. Desde então foram vários os estudos e os projetos.
No ano passado, o túnel ainda no papel foi integrado ao Plano Municipal de Transporte e Trânsito, do arquiteto paranaense Jaime Lerner. O projeto prevê a implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT), de transporte rodoviário com operação “metronizada”. Os BRTs seriam interligados por cinco terminais, incluindo um em Piratininga e outro em Charitas. A ligação entre eles seria realizada através do Túnel Charitas-Cafubá.
Projeto – A expectativa é de que a via tenha 1,2 mil metros e deve custar cerca de R$ 60 milhões. Esse valor será custeado pela empresa que vencer a licitação, que, como contrapartida, poderá explorar a via, com pedágios estimados (em valores atuais) em R$ 2,30, mas que até o início das operações pode se atualizado. A conclusão das obras deve demorar um ano e meio a partir de seu início. Mesmo se for iniciado imediatamente, a entrega vai ultrapassar o prazo para finalização do projeto Jaime Lerner.(Fluminense)
é um absurdo esse descaso desse prefeito de merda!
ResponderExcluira região oceânica lembrará desse abandono nas eleições de 2012!!!
queremos o túnel já ou fora jorge roberto silveira!!