Acessos ao trajeto turístico que encantou o naturalista Charles Darwin e que se tornou um dos roteiros históricos mais importantes da região, têm crateras nas vias e lixo espalhado
Resgatados há menos de dois anos por sua riqueza histórica e potencial turístico, os Caminhos de Darwin sofrem com a falta de manutenção de seus acessos. Tanto em Niterói quanto em Maricá, quem deseja percorrer o trajeto que encantou o naturalista Charles Darwin, em 1832, precisa passar por estradas esburacadas e mal conservadas. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), existe um projeto de valorização da área, mas a responsabilidade pelas vias é das prefeituras, uma vez que os acessos estão fora dos limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
“Atualmente, fazemos vistorias regulares no parque, duas vezes ao dia. Estamos estudando novas possibilidades de ampliação dos Caminhos de Darwin que devem melhorar a situação de suas bordas. Mas, atualmente, os acessos são de responsabilidade dos municípios com os quais fazemos limites”, afirma o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Inea, André Ilha.
Um dos primeiros locais visitados por Darwin no Rio de Janeiro foi a Serra da Tiririca. O naturalista partiu de Niterói em direção a Maricá, realizando um trajeto de 2,2 quilômetros, recentemente recuperado pela comunidade científica. Em novembro 2008, a Expedição Caminhos de Darwin celebrou o centenário de seu nascimento. Mas, para moradores, desde então, os chamados Caminhos de Darwin não recebem atenção do poder público.
Em Niterói, o principal acesso ao roteiro percorrido por Darwin é a Rua São Sebastião, no Engenho do Mato. Porém, sem pavimentação, a via encontra-se em estado de conservação ruim. Segundo o presidente do Conselho Comunitário da Região Oceânica de Niterói (Ccron), Guilherme Flach, a situação do local não é condizente com o potencial turístico do local.
“Não existe nenhum cuidado por parte da Prefeitura. A estrada está completamente abandonada. Os olhos do poder público, definitivamente, não estão voltados para a região”, afirma Flach.
Em Maricá, a situação é ainda pior. O acesso aos Caminhos de Darwin se dá pela Estrada de Itaocaia, um trecho de quase seis quilômetros dentro da área de preservação da Serra da Tiririca. Além de incontáveis buracos e crateras em toda a extensão da via, os visitantes se deparam com lixo e bueiros destampados.
Em alguns pontos, é preciso optar por seguir na contramão para fugir dos constantes buracos. Em outros, as crateras são tão profundas que os moradores tiveram que colocar galhos de plantas para alertar os motoristas. Segundo o presidente da Associação de Moradores de Itaocaia, Antônio Ferreira, a situação é de abandono.
“A Prefeitura está completamente ausente, é um absurdo. A área visitada por Darwin deveria ser mais valorizada”.
A Prefeitura de Niterói, diz que, recentemente, foi colocada borra de asfalto na Rua São Sebastião. No entanto, funcionários do órgão vão ao local verificar os problemas citados.(Fluminense)
Nenhum comentário:
Postar um comentário