sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Comandante da PM determina demissão de oficiais envolvidos em roubo de cabos


O comandante geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, determinou nesta sexta-feira que se inicie um processo disciplinar para que os oficiais envolvidos no roubos de cabos de fibras óticas sejam demitidos. Mário Sérgio não vai sequer aguardar o resultado das investigações feitas pela Polícia Civil.

"As evidências que se tem até agora apresentam robustez suficiente para a convicção de que os oficiais estão diretamente envolvidos neste crime", diz a Polícia Militar em nota enviada nesta sexta-feira.

Mário Sérgio quer que o caso seja tratado como máxima prioridade. "É inadmissível que policias pagos com dinheiro público para proteger a população e os bens privados e públicos sejam covardemente seus dilapidadores", afirma o comandante-geral.

Os capitães Lauro Moura Catarino, do 2º BPM (Botafogo), e Marcelo Queiróz dos Anjos, do Batalhão de Choque (BPChoque), ambos de 33 anos, foram presos em flagrante em Botafogo, na Zona Sul do Rio, no início da madrugada desta sexta-feira, junto com outras oito pessoas. O grupo é acusado de furto de cabos de fibra ótica da rede de telefonia e de internet. Entre os presos está um ex-soldado da PM expulso da corporação há 13 anos.

De acordo com o delegado-titular da 9ª DP, Alan Luxardo, a quadrilha agia na Zona Sul a pelo menos nove meses, entre os bairros do Flamengo e de Botafogo. Ações criminosas também foram praticadas no Centro. Os oficiais da PM, segundo o delegado, coordenavam as ações e davam cobertura ao bando. No momento da prisão, na Praia de Botafogo, na altura do nº 300, ambos estavam à paisana e acompanhavam o trabalho dos oito empregados de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Oi. O delegado, no entanto, afirmou que os oficiais chegaram a estar fardados em outras ocasiões. Eles não reagiram a prisão.

Com base nos dois meses de investigação - que contou com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco/RJ) - a polícia acredita que com a venda dos cabos furtado, o grupo arrecadava cerca de R$ 300 mil mensais. A Polícia Civil ainda investiga o destino do material e tenta descobrir os receptadores. Não está descartada a participação de mais pessoas no esquema, inclusive outros policiais. Camisas da empresa foram encontradas jogadas no local. "É uma quadrilha muito bem estruturada", afirmou o titular da 9ª DP.

Os funcionários terceirizados foram identificados como Válter Dias Filho, de 47 anos; José Fernando dos Santos, 44; Alexandre Xavier do Nascimento 43, Arlindo Pereira Gomes, 45, Carlos William Rodrigues Belo, 36; Denílson Luís Brazão do Nascimento e Cristiano Martins Mendes, ambos de 33; Walter Luís Virgílio dos Santos, 39.

Na delegacia, os agentes descobriram que Válter Dias Filho foi expulso da PM em 1997, acusado de concussão (extorsão contra funcionário público). De acordo com Alan Luxardo, todos os envolvidos serão autuados por furto qualificado, já incluído no concurso de formação de quadrilha.(O Dia)

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