Moradores dizem que uma espécie de bola de fogo cortou o céu em alta velocidade e causou uma queimada. Especialista afirma que existem relatos da incidência de meteoritos na cidade
Um mistério intriga os niteroienses desde a madrugada do último sábado. Bombeiros do 4º Grupamento Marítimo (Gmar) registraram, naquela noite, uma queimada na região da Lagoa de Itaipu, que destruiu cerca de 200 metros quadrados de vegetação.
A pergunta sobre o que teria causado o fogo, no entanto, está causando mais curiosidade do que de costume. Moradores da região afirmam que o incêndio foi resultado da queda de um meteorito em combustão, que teria atingido a Terra durante uma chuva de meteoros.
Segundo relatos de moradores, no horário em que estava prevista a chuva, a área entre o mangue e a Lagoa de Itaipu foi atingida por uma espécie de bola de fogo, que cortou o céu em alta velocidade e causou a queimada, a uma distância de, aproximadamente, 300 metros da margem da lagoa, em um local de difícil acesso.
A chuva de meteoros Perseidas, que pode ser observada em diversos lugares do mundo, inclusive no Rio de Janeiro, do último sábado é uma consequência da passagem do cometa Swift –Tutlle pela constelação de Perseus. Alguns destes fragmentos atingem as camadas superiores da atmosfera e o atrito com o ar as torna incandescentes. Por isso, elas ganham o nome de estrelas cadentes. Desta vez, o fenômeno foi registrado com mais intensidade no Hemisfério Norte a uma taxa de 80 meteoros por hora. Entretanto, eles sofrem grande dispersão e podem atingir o Hemisfério Sul.
O professor do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF)Carlos Enrique Navia Ojeda, recebeu informações de que alguns destes meteoros teriam atingido a Lagoa de Itaipu na madrugada de sábado, embora ninguém tenha evidências concretas. Ele explica que isso não é motivo para descartar a hipótese, já que, ao atingir o solo, na maioria das vezes que estes meteoros medem apenas alguns milímetros.
“Meteoros maiores geralmente são fragmentados por atrito, já nas camadas superiores da atmosfera. Quando chegam ao solo, não passam do tamanho de uma bolinha de gude”, esclarece.
Quem viu a tal “bola de fogo” cair na mata diz que o fenômeno em nada se parecia com uma queda de balão, comum na região. Nesse caso, a bucha em chamas não faria o mesmo movimento de queda.
“Nós chegamos a pensar que se tratava de um balão, mas a situação era diferente. A labareda desceu muito rápido”, relata o mergulhador Fabiano Petrini, de 63 anos.
Ainda de acordo com Petrini, o estrago só não foi maior porque a maré estava enchendo e a região já estava úmida o suficiente para impedir que o fogo de espalhasse. (Fluminense)
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