terça-feira, 18 de maio de 2010

Vereador Luis Carlos Gallo agrediu por causa do barulho de uma festa, o porteiro e a síndica de um prédio em Icaraí.


‘Perdi a cabeça”, admitiu nesta segunda-feira o vereador Luis Carlos Gallo (PDT), que na noite de sábado agrediu durante discussão por causa do barulho de uma festa, o porteiro de um prédio em Icaraí, onde era comemorado o aniversário de um ano da sua neta. A violência foi gravada pela câmera de segurança do edifício. A fita com as imagens foi encaminhada à 77ª DP (Icaraí), onde o caso foi registrado. A síndica do edifício, Rosa Maria de Oliveira Varella, de 61 anos, também afirma que foi agredida pelo político.

Nas imagens gravadas pela câmera, Gallo aparece dando socos no porteiro do edifício, Wagner Xavier da Silva, de 27, que não reagiu. Ele foi hospitalizado no Hospital Municipal Carlos Tortelly (antigo CPN) com fortes dores na cabeça e costas, mas passa bem. O vereador, porém, alega que foi provocado com ofensas e xingamentos.

“Não troquei nenhuma palavra com ela (síndica). Me reportei somente ao porteiro, porque já tínhamos nos falado no playground. Enquanto eu falava com ele, era ofendido pelos dois, por isso eu perdi a cabeça. Sei que não justifica, mas jamais deixarei de defender a minha família”, declarou o político.

A síndica alega que, primeiro, foi agredida pela sobrinha do vereador, a advogada Carla Gallo, de 30, num dos corredores do edifício, que não possui sistema de câmera.

“Ela estava usando botas e me chutava com o salto. Estou com o joelho todo roxo”, mostrou.
A advogada, por sua vez, nega a agressão. Ela alega que ao contrário do que disse a síndica, a festa já havia acabado e não existia som alto.  

“Foi a síndica quem provocou a confusão”, afirmou, acrescentando que outros familiares do vereador e a dupla de músicos que animaram a festa presenciaram o momento em que teria sido agredida pela síndica.

“Estava saindo com as minhas filhas e minha avó de 70 anos. Na portaria, escutei a síndica ofendendo gratuitamente meu tio e minha família. Eu voltei, me identifiquei como sobrinha e comecei a ser ofendida também. Ela me empurrou e o porteiro me segurou pelo ombro enquanto ela me chutava”, alegou.

A advogada conta que em um momento da discussão a síndica teria arremessado um objeto de metal conta ela, que machucou o dedo.

“Estou indo hoje (segunda-feira) ao Instituto Médico-Legal e vamos provar quem é que agrediu quem. Estou nervosa, nunca fui tão ofendida”, disse a sobrinha do vereador.

Ainda segundo a advogada, a filha dela, de 10 anos, foi quem avisou ao tio da agressão. 

“Eles desceram porque minha filha viu e, apavorada, foi avisá-los que eu estava sendo agredida. Mas ela (a síndica) não se intimidou nem com ela, nem ninguém. Até a minha filha ela xingou”, ressaltou.

Vizinhos, porém, afirmam que o som da festa infantil que acontecia no playground excedia o permitido e incomodava os moradores. Muitas reclamações teriam chegado ao porteiro.

“Eles disseram que ainda faltavam dois minutos para as 22 horas e que não iam diminuir o volume. Eu me retirei e reportei a reclamação dos outros moradores à sindica que chegava no prédio. Não entendo por que eles me bateram”, declarou o porteiro.

Versão – O vereador alega que não teve contato nenhum com a síndica, portanto, não teria ocorrido a agressão que ela alega ter sofrido.

“Vou processar essa mulher por difamação. Não falei com ela, não a agredi, tampouco a ameacei”, acrescentou.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Bagueira (PPS), informou através de assessoria, que a princípio o problema ocorrido com Gallo não tem relação com o seu mandato parlamentar e que, por isso, não seria aberto nenhum procedimento por quebra de decoro. 

Pena – A polícia aguarda o laudo dos exames de corpo de delito. O caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), por não ter havido lesão corporal grave. O vereador poderá cumprir pena alternativa como o pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade, caso seja considerado culpado.

(Rodrigo Rebechi
- Fluminense)

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