Uilton Viana Filho (PSB) teria discutido com policiais e chamado um deles de 'macaco'. Família, por sua vez, alega que parlamentar foi agredido durante abordagem da PM
Cinco policiais do 12º BPM (Niterói) se envolveram em confusão com o vereador e filho do vice-prefeito de Maricá, Uílton Viana Filho, de 28 anos, na madrugada de ontem, no km 2 da Rodovia RJ-104 (Amaral Peixoto), no Caramujo. O parlamentar, acompanhado da namorada e de uma amiga do casal, voltava de carro de uma solenidade na Câmara dos Vereadores, onde várias homenagens foram feitas, inclusive ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio, quando o carro foi abordado pela PM. Segundo o registro de ocorrência feito na 78ª DP (Fonseca), o vereador teria xingado de “macaco” José Carlos Azevedo da Silva, um dos policiais. O parlamentar nega a acusação e diz que foi agredido com socos e pontapés.
A confusão teria começado quando o carro de Uílton, o Honda Civic KOZ-5298, teria tentado forçar passagem entre as motocicletas dos policiais, que estavam paradas interditando parte da pista sentido Niterói. Desconfiados, os PMs solicitaram que o carro fosse para o acostamento. No depoimento, os policiais afirmam que Uílton ofereceu resistência. Já o parlamentar alega que teve arma colocada na cabeça e “que não havia necessidade do ato, pois suas mãos estavam sobre o volante”. Ainda no registro de ocorrência, policiais afirmaram que o parlamentar teria ligado para um irmão dizendo “que um policial negão teria lhe parado” e, ao ser questionado sobre a declaração, teria retrucado com a frase “você é branco, macaco?”.
Em meio à confusão que se formou, Uílton alega que teria levado socos e pontapés no rosto e nos braços. No depoimento, policiais alegaram, porém, que o vereador “teria caído após resistir à voz de prisão”.
O delegado-titular da 78ª DP, Reginaldo Guilherme da Silva, acredita que houve excesso de ambos os lados.
“Acredito que os dois tenham errado, se de fato houve mesmo a difamação por racismo. Mas se teve agressão, não se justifica”, declarou.
“Acredito que os dois tenham errado, se de fato houve mesmo a difamação por racismo. Mas se teve agressão, não se justifica”, declarou.
O vereador foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo. Familiares irão anexar fotos do parlamentar supostamente agredido ao processo que foi encaminhado para a 5ª Vara Criminal de Niterói. O parlamentar foi autuado por injúria racial, crime inafiançável que pode gerar pena de um a três anos de cadeia. Por não ter obtido o habeas corpus até a noite de ontem, Uílton foi encaminhado para a Polinter, em Neves.
O comandante do 12º BPM, tenente-coronel Rui França, que esteve no local da confusão minutos depois do fato ter acontecido, alegou que sua equipe procedeu de forma correta.
“Houve uma situação onde um veículo apresentou situação suspeita e nossos homens tiveram de sacar a arma, até pelo fato do carro ter película de proteção nos vidros. Aí, houve essa situação, do xingamento e ocorreu o flagrante de injúria racial e o caso foi parar na delegacia”, afirmou França.(Fluminense)
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