Estaleiros fluminenses como o Mauá, na Ponta D’Areia, colhem frutos de encomendas do pré-sal. No local, já estão sendo construídas quatro embarcações de grande porte
Vivendo um dos seus melhores momentos, a indústria naval já colhe os frutos da descoberta de petróleo na camada do pré-sal. Segundo o Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), há 300 obras
acontecendo em todo o País. A expectativa é de que esse número chegue a 800. Entre as encomendas para atender a nova demanda de exploração, estão os 49 navios solicitados pela Transpetro.
Destes, 38 já estão licitados e 11 serão contratados futuramente. Quatro destas embarcações, do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) estão sendo construídas no Estaleiro Mauá, na Ponta da Areia, em Niterói.
O primeiro será entregue em junho.Trata-se da maior encomenda do estaleiro nos últimos 12 anos. Os demais estão programados para o ano que vem, com entrega prevista para os meses de abril, agosto e dezembro. Para dar conta das encomendas, o Mauá trabalha com 2 mil homens, em dois turnos.
Estaleiro recupera equipamentos que estavam fora de uso
De olho nesta demanda, o estaleiro recuperou dois guindastes de 35 toneladas e outros equipamentos que estavam fora de uso. Novas pontes rolantes de maior capacidade serão instaladas, acompanhando a necessidade de movimentação de peças e blocos. Também está previsto o aumento da área de fabricação de blocos.
O Mauá negocia ainda a aquisição de duas pontes rolantes de 50 toneladas, cada, e uma linha automatizada de fabricação de painéis que já chegou ao Brasil, entre outros equipamentos, que somam um investimento de R$ 30 milhões.
A Petrobras também participa ativamente das encomendas. A empresa solicitou 28 navios-sonda, que custam US$ 1 bilhão. Outras demandas do pré-sal são as plataformas. Oito já foram encomendadas para os estaleiros e este número pode ser multiplicado por 10, chegando a 80. Cada plataforma de produção custa, em média, US$ 1,5 bilhão. Todos os contratos existentes na área somam, hoje, US$ 6 bilhões.
Para o presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan Leste), Luiz Césio Caetano Alves, o pré-sal é muito importante para todo o Estado.
Plano diretor é criado com a chegada do pré-sal
A Secretaria Municipal da Indústria Naval de Niterói criou o Plano Diretor de Ordenamento e Viabilidade do Uso e Solo da Orla de Niterói para a Indústria Naval em Geral. O objetivo é promover um programa amplo de desenvolvimento para o município, visando os benefícios trazidos pelo pré-sal e PAC 2.
O ex-vereador e secretário municipal da Indústria Naval Milton Carlos da Silva Lopes, o Cal, é autor da lei que reduz de 5% para 2% o Imposto sobre Serviços (ISS), com o objetivo de atrair mais empresas para Niterói.
O plano diretor inclui também empreendimentos industriais Naval e Offshore, náutico, turístico, cultural, de lazer e pesqueiro, buscando o crescimento do município. A ideia é orientar melhor o uso do solo na orla, incluindo o zoneamento e indicações e recomendações quanto ao melhor aproveitamento.
(O Fluminense - foto Thiago Lontra)
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