Apoiados por traficantes da região, os guardadores põem motoristas em risco e inibem a fiscalização. Problema é maior em trechos da Moacyr Padilha e Luis Eduardo Gomes
A Secretaria de Segurança e Controle de Niterói vai pedir ajuda à Polícia Militar para pôr fim na máfia dos flanelinhas que tomou conta de trechos das ruas Moacyr Padilha e Luis Eduardo Gomes, onde o estacionamento é proibido no Centro de Niterói. Segundo o secretário Wolney Trindade, guardadores clandestinos chegam a cobrar R$ 5 por uma vaga junto às calçadas, estreitando as pistas e colocando em risco a segurança de motoristas que passam pelo local, bastante usado como atalho entre o bairro e Icaraí.
Com apoio de traficantes do Morro do Estado, que tem um dos acessos pela Moacyr Padilha, os flanelinhas estariam ainda extorquindo livremente dinheiro de motoristas e ameaçando a fiscalização da Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans). Uma reunião agendada por Wolney entre donos de estabelecimentos na região e o comando do 12º BPM (Niterói) foi marcada para esta terça, às 15 horas, no batalhão.
“As ruas Moacyr Padilha e Eduardo Luiz Gomes possuem mão dupla e os estacionamentos ilegais em ambos os lados da pista acabam por complicar o trânsito, impedindo até mesmo ambulâncias de transitarem em algumas ocasiões. Como não há guardadores de carros legalizados, o local acabou por ser invadido por flanelinhas que se dizem ligados ao tráfico do Morro do Estado. Eles cobram um preço mais alto que um estacionamento legal e acabam por ameaçar quem precisa estacionar”, denuncia Wolney.
Situação no local teria piorado- Segundo o secretário, a situação vem piorado nos últimos meses e o número de denúncias que ele tem recebido vem aumentado a cada dia “São casos diários de pessoas reclamando, dizendo que são ameaçadas ou constrangidas por esses flanelinhas, que avisam que se elas não pagarem o preço que eles querem, o carro vai ser arranhado e quebrado. As pessoas ficam com medo e acabam pagando”, acrescenta.
Wolney relata ainda que esses guardadores ilegais impedem que os agentes da NitTrans fiscalizem o local. Caso tentem multar algum carro, são ameaçados pelos flanelinhas. “Aquilo é uma bagunça. Não pode ter estacionamento dos dois lados e quem fiscaliza é ameaçado. Os caras que tomam conta dali se dizem ligados ao tráfico e eles inclusive brigam entre eles por espaço, como aconteceu naquele caso, quando um flanelinha foi assassinado”, diz o secretário, referindo-se a um incidente recente.
Delegado vai investigar denúncias
O delegado Nilton Pereira, titular da 76ª DP (Niterói), diz que por ter assumido há pouco tempo a delegacia, não está ciente da ação de flanelinhas na região, mas se comprometeu a investigar as denúncias.
O tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, por sua vez, diz que não recebeu nenhuma informação de ameaças no local, mas já se prontificou a acompanhar qualquer ação de fiscalização.(O Fluminense)
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