domingo, 24 de abril de 2011

Estudantes são principais vítimas de assaltos no Centro

Aumento na criminalidade, principalmente no trecho entre o Terminal Rodoviário e a Rua Dr. Fróes da Cruz, tem deixado alunos de escolas da região e mães preocupados


O aumento no número de assaltos no Centro de Niterói, principalmente no trecho entre o Terminal Rodoviário João Goulart e a Rua Doutor Fróes da Cruz, está deixando alunos de escolas particulares da região e mães preocupados. Outra via com grande incidência de assaltos é a Rua Saldanha Marinho, que fica deserta em determinados períodos do dia, facilitando a ação de bandidos. Segundo testemunhas, os crimes não têm hora para acontecer e muitos são os relatos de vítimas.

Aluno de Ciência da Computação, Diego Ferreira da Rocha, de 23 anos, contou que fica apreensivo quando sai da faculdade após as 22 horas.

“Para evitar assaltos, costumo reunir colegas de classe e sair da faculdade em grupos de cinco ou seis pessoas. Sair sozinho é se arriscar demais, é perigoso”, declarou.

Já a estudante de Direito Eliete de França, de 29 anos, disse que conhece diversos alunos da universidade em que estuda que já foram assaltados na região. A universitária revelou que vizinhos já foram assaltados na entrada do prédio onde mora, ao lado de um shopping no Centro.

“Sempre vejo colegas contando que foram assaltados e ficaram sem seus celulares. Os ladrões já levaram até material escolar. Toda a Avenida Rio Branco, principalmente o trecho da faculdade, deveria receber reforço policial para aumentar a segurança para nós alunos”, sugeriu.

Uma moradora da Saldanha Marinho acompanha diariamente o crescimento de furtos na via e a quantidade de alunos assaltados.

“Na semana passada, mais de 11 crianças de uma mesma escola foram atacadas. Entrei em contato com a unidade e me disseram que os seguranças particulares não conseguem garantir a segurança dos alunos além de seu quarteirão”, revelou.

Mãe de Ricardo, de 10 anos, aluno de um colégio particular na altura da Rua Saldanha Marinho, a dona de casa Keila Barcelos Tavares, de 36, sempre acompanha o filho na entrada e saída da escola para garantir que ele não será atacado, mas ela assume que isso não evita os assaltos.

“Ao descer da condução, olho para os lados e verifico se há algo estranho em volta. Geralmente, não vemos policiamento nas ruas, que se tornam muito perigosas”, lamentou.

Aluna do 3º ano do Ensino Médio, B.S., de 16 anos, declarou não ter mais tanto medo de assaltos, pois já foi vítima do crime em outros bairros.

“Já fui assaltada mais de uma vez em outros pontos da cidade e o medo não é tão grande.
Infelizmente, a gente acaba se acostumando com isso”, disse.

Colega de classe de B., o estudante D.T., de 17, mora perto da escola e contou que alguns assaltantes são moradores e frequentadores do bairro.

“Eu já vi pelo menos dois em bares aqui da região. Saio da escola e saio correndo para casa para tentar escapar dos ataques”, declarou.

Policiamento – O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo de Moraes, disse que o batalhão está atuando de forma intensa no Centro e que, em cinco dias de operação, foram presos seis assaltantes em flagrante.

“Agentes estão trabalhando à paisana para flagrar as ações, pois a maioria deles age sem armas. Com isso, se abordamos os suspeitos antes ou depois do crime, não conseguimos nada”, explicou, acrescentando que a ação vai continuar até que os índices de criminalidade caiam.

O delegado titular da 76ª DP (Centro), Nilson Silva, descreveu a maior dificuldade de se apurar esses crimes na região e prender os culpados.

“Como a população do Centro é flutuante, fica mais difícil apurar esses crimes e identificar os responsáveis, mas vou me reunir com o comandante do batalhão e vamos fazer um trabalho em conjunto para diminuir as taxas e pegar os criminosos. Assim como a população, a maioria dos bandidos que atacam na região é de outras localidades”, analisou.(O Fluminense)

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