O presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, negou nesta sexta-feira que o governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), tenha atuado como captador de recursos para políticos da legenda. Em entrevista à revista Veja, Arruda, que é apontado como chefe do escândalo conhecido como "mensalão do DEM", disse que parlamentares do partido que haviam pedido ajuda a ele para arrecadar recursos "não hesitaram" em o "esculhambar" quando estourou o escândalo.
"São informações totalmente infundadas que repilo à altura. Trata-se, provavelmente, de declarações de alguém profundamente magoado com parlamentares que exigiram sua saída imediata do partido por não tolerarem seu envolvimento com improbidades, algo inadmissível no DEM", disse Agripino em nota à imprensa.
Na entrevista, Arruda observa que jogou "o jogo da política brasileira" ao captar recursos de empresários e garantir "retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos". "Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso", resumiu.
Sobre o atual presidente do DEM, o governador cassado explicou: "em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir R$ 150 mil para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita".
Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final de 2009, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.(Terra)
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