sexta-feira, 25 de março de 2011

Roubo de carros cresceu quase 10% em Niterói

Segundo dados divulgados pelo ISP, 44% dos casos ocorrem em Icaraí e bairros vizinhos. Estudante viveu momentos de terror durante crime do mesmo tipo na Rua Pereira da Silva


Deixar veículo estacionado nas ruas de Niterói está mais perigoso. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, 95 veículos foram roubados na cidade em janeiro deste ano, quase 10% a mais do que o mesmo período do ano passado.

As estatísticas revelam também crescimento do número de furtos de aparelhos eletrônicos dos automóveis, como os de som, DVD e localização por satélite. Foram feitos 117 registros dessa última modalidade no primeiro mês de 2011, 44% deles na área sob jurisdição da 77ª DP (Icaraí).

Uma das últimas vítimas na Zona Sul foi uma estudante de 32 anos. Na noite de sexta-feira, ela e o namorado saíam de casa na Rua Pereira da Silva, em Icaraí, quando o casal foi atacado por dois bandidos de moto, no momento em que entrava no carro, estacionado próximo à residência. 

“Os criminosos apontaram uma arma e obrigou a gente a descer do veículo. Eu nunca tinha sido assaltada. Só quem já passou pela experiência sabe o quanto é assustadora. Você não imagina o que significa ter uma arma apontada para você. Desde aquele dia eu saio de casa com muito medo, achando que pode ter alguém me observando ou me seguindo. O carro era do meu namorado. Ele comprou com muito trabalho. É um absurdo termos que entregar nossos bens dessa forma”, contou a vítima, traumatizada.

Segundo a estudante, esse não foi o primeiro caso de roubo de carros nas redondezas. Uma moradora do mesmo prédio teve o carro depenado em plena luz do dia, enquanto ela estava em casa.

“Os moradores suspeitam que isso seja prática de um mesmo grupo de criminosos que observam os moradores. Às vezes, quando os moradores não vão demorar a sair com o carro, não se dão ao trabalho de colocar na garagem. É nessa hora que eles dão o bote. Por isso orientamos os moradores a não facilitar. Eles têm que entrar logo com o carro na garagem”, destacou o porteiro de um edifício.
Mas nem todos possuem vaga de garagem. O proprietário de um curso pré-vestibular na região estacionou o carro em frente ao prédio onde trabalha e minutos depois percebeu que o vidro havia sido arrombado. O aparelho GPS e o som foram roubados.

 “Achei que não teria problema porque da janela do meu serviço eu conseguia ver o carro. Mas alguns instantes de distração foram suficientes pra que eles agissem. Estamos muito preocupados com a situação nessa área. Vários alunos já foram assaltados. Levaram a bicicleta de um deles há alguns dias. O perigo é maior à noite, quando a rua fica mais deserta. Já pedimos aumento no policiamento, mas só somos atendidos depois que ocorre algum assalto”, reclamou.

Falta policiamento -
A poucos metros do local, em frente a uma escola particular, existe uma cabine da polícia militar. Moradores, porém, afirmam que nem sempre é possível encontrar um policial no local. 

 “Se existe alguma segurança nessas ruas é graças às escolas e empresas que contratam o serviço particular. Quem sofre são as pessoas que precisam passar por aqui. Tenho amigas que já foram assaltadas e evito passar nessa rua à noite”, contou outra moradora.

O comandante do 12º BPM, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, informou que algumas cabines chegaram a ser desativadas devido à falta de efetivo, mas frisou que nos últimos meses tem trabalhado para reativá-las pelo menos em alguns turnos, como é o caso da cabine localizada em frente a essa escola particular. Ele afirmou também que está intensificando o policiamento a pé.(O Fluminense)

Nenhum comentário:

Postar um comentário