terça-feira, 15 de março de 2011

População entra no combate ao crime junto com a PM


Denúncias ajudaram no aumento das apreensões de entorpecentes e armas em Niterói nos últimos meses. Comandante da Polícia Militar diz que toda informação é checada

O número de armas e drogas apreendidas cresceu significativamente em Niterói, no início de 2011. A quantidade de maconha e cocaína recolhida durante as operações aumentou 143% em janeiro deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. O número de pedras de crack apreendidas também saltou em 54%, enquanto a quantidade de armas resgatadas subiu 40%. Entre o armamento encontrado no município estão armas de porte (revólveres e pistolas), fuzis e até granadas.

A droga mais encontrada foi a cocaína. Ao todo, os policiais retiraram de posse dos traficantes aproximadamente 4,8 quilos desse material entorpecente no último mês de janeiro, contra menos de dois quilos apreendidos no mesmo mês do ano passado. Em segundo plano está a maconha, cujas apreensões somaram mais de 4,6 quilos em 2011. Em 2010, foram recolhidos cerca de 2 quilos dessa droga

De acordo informações do 12º BPM, a maior parte do material entorpecente era comercializada nas comunidades do Jacaré e Boa Esperança, na Região Oceânica; Grota do Surucucu, na Zona Sul;  e Juca Branco e Serrão, na Zona Norte. Na maioria dos casos, as incursões policiais foram motivadas por denúncias anônimas. Algumas delas davam conta de que traficantes oriundos de comunidades do Rio estavam escondidos em favelas de Niterói e trazendo carregamentos de drogas para a cidade. O comandante do 12º BPM, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, desmente a possibilidade.

“Sempre que há denúncia, nós vamos checar. Até o momento não temos nenhuma evidência de que houve migração do tráfico, o que supõe movimento articulado de traficantes para o município de Niterói. Chegamos a efetuar prisões isoladas de alguns elementos, mas nada que nos leve a crer que eles estão se estabelecendo nessa região”, garante.

Para o comandante, esse aumento não significa que o tráfico na cidade tenha se fortalecido, mas sim que a repressão a essa prática criminosa aumentou. “Cresceu o número de ocorrências com apreensões, mas as quantidades encontradas em cada um desses casos é muito pequena. O enfraquecimento do tráfico é uma realidade de todo o estado do Rio de Janeiro, graças às políticas de pacificação. O que aumentou em Niterói foi o combate ao tráfico. Aumentamos, significativamente, o número de incursões em relação ao último semestre do ano passado”, acrescenta.

Problema com drogas em Niterói cresceu- O presidente do Conselho Municipal de Segurança, Sebastião Silva, reconhece que o problema das drogas cresce em Niterói. Mas segundo ele, a melhor forma de combate não é a atuação da polícia e, sim, o tratamento de usuários.

“A questão das drogas cresce na cidade. Enquanto houver consumo, haverá o tráfico. De um lado estão os órgãos de segurança de mãos atadas em função da lei que defende os usuários. Do outro está o poder público, que não investe os recursos que recebe para tratar dependentes químicos. Temos batalhado para conseguir mais leitos na rede pública de saúde para atender os dependentes”, relatou.(O Fluminense)

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