terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Serra da Tiririca terá segurança reforçada e fim da ocupação irregular


Projetos para 2011 prometem atuação policial para combater crimes ambientais e garantir a manutenção do local. Autoridades fazem balanço positivo da recuperação da área


“Durante o ano de 2010, conseguimos cobrir e reflorestar algumas áreas do entorno do parque”, explica o chefe do Parque Serra da Tiririca, Fernando Matias, fazendo um balanço do ano de 2010. Com 2.260 hectares, o parque protege áreas de mata atlântica, costões rochosos, restinga, mangue e banhados, o que o torna um refúgio para a fauna e uma área de crescente interesse para a pesquisa científica e educação ambiental. Para 2011, a segurança do parque vai ganhar reforço. Delegacia promete, inclusive, formar um grupo de combate a crimes ambientais.

“A consolidação dos Caminhos de Darwin coincidiram com a chegada de carros abandonados e suspeitos utilizando a área para atividades ilícitas”, relembra Matias. “Por isso, fizemos uma parceria com o 12º Batalhão de Polícia Militar e as delegacias de Polícia Civil 81ªDP (Itaipu) e 82ª DP (Maricá), que será crucial para a manutenção e segurança no local”. 

O delegado da 81ª DP, Adilson Palácio, informou que no próximo ano serão intensificadas as ações de fiscalização no entorno do parque. 

“A partir de janeiro iremos combater o uso de drogas, a desova de carros e o tráfico com mais intensidade naquela região. Para isso, a partir do ano que vem, a delegacia terá um grupo responsável para coibir crimes ambientais”, afirma. 

De acordo com o delegado, serão instaurados inquéritos para verificar a procedência de veículos abandonados. 

“Até o dia 10 de janeiro, nos reuniremos com a Prefeitura para combinar que, se a procedência do veículo for atividade ilícita, a polícia retira o carro. Em caso contrário, o município arca com este custo”.   

Os moradores do bairro Peixoto, em Itaipu, do Engenho do Mato, da Estrada Vai e Vem e dos arredores da Serra, presenciam e reclamam de grupos estranhos nas trilhas da serra. É o caso de Daniela Fassahebere, de 39 anos, moradora do Peixoto, mãe de duas crianças de 5 e 7 anos. 

“Antes, fazíamos trilhas a pé ou de bicicleta nos caminhos do parque, hoje, já não faço mais. Desde que eu e meus filhos encontramos um grupo usando drogas”, conta. 

Recuperação – A laguna de Itaipu passou por um conjunto de operações para educar o frequentador. Segundo o responsável pela Serra da Tiririca Fernando Matias, durante o ano, foram realizadas ações de combate a estacionamentos irregulares – causadores de devastação da vegetação local –, a acampamentos e a pesca predatória.

“Vamos continuar a institucionalizar o reflorestamento da restinga. Já conseguimos embargar duas atividades irregulares”, diz Matias. 

Ocupação – O entorno e territórios dentro do parque sofrem com a ocupação irregular. Moradores da região denunciam, principalmente, a favela que cresce de modo desordenado no Morro das Andorinhas. O leitor Erico Tachizawa, em e-mail enviado para o jornal O Fluminense, mostrou-se preocupado com o crescimento da comunidade.  

“Não sou contra as casas dos moradores, afinal, eles precisam de um lugar para morar. Porém, temo pelo avanço excessivo das  edificações sobre a área do parque estadual, o que poderia inclusive resultar no fim desta que é uma das últimas áreas preservadas de mata da cidade. Além disso, são necessárias obras de infraestrutura no local para prevenir deslizamentos”, pontuou na mensagem.

O chefe da Serra da Tiririca Fernando Matias, afirma que o problema da ocupação no Morro das Andorinhas será resolvida em janeiro. 

“No dia 13 de janeiro, junto ao Ministério Público Federal, será assinado um documento em que os que habitaram a região recentemente poderão ser retirados do local. O documento irá manter a identidade antropológica do local, que já é povoado há anos por uma comunidade tradicional. O Morro das Andorinhas é prioridade por conta do desmatamento que está acontecendo na região”, diz.

Projetos – Agora no início do ano, um Conselho da Serra da Tiririca, composto por 37 instituições, será oficialmente criado. Além disso, segundo o chefe do parque Fernando Matias, será elaborado um plano de manejo para a solução de conflitos como o caso do Morro das Andorinhas, no Caminho Darwin e na laguna de Itaipu. 

“Será um raio-X das unidades, que tratará desde o funcionamento fundiário até visitações e o uso público. Lutaremos para que as áreas estejam apropriadas de modo ecológico e para o uso da população”.

Para realizar e implementar ações de utilização e conservação, o Parque Serra da Tiririca conta com parcerias fechadas com o Departamento de Recursos Minerais (DRM), a Casa da Ciência, além do curso de Turismo da UFF. 

A administração do parque pretende incorporar a comunidade do entorno à rotina da reserva por meio de ações de mobilizações sociais, comunitários e dos frequentadores. 

“Vamos realizar trabalhos de limpeza e plantio junto à população”. 

Matias ainda convida para o mutirão na encosta do Engenho do Mato.

 Nos dias 15 e 16 de janeiro, iremos realizar a recuperação da nascente de um rio que deságua na bacia do João Mendes”. 

No primeiro dia, será realizado o manejo com voluntários e no dia seguinte, o plantio de mais de duas mil mudas de cedro, mogno e jequitibá. 

“Para a atividade de manejo, é preciso se inscrever, pois iremos emitir certificados”, explica Matias. 

A inscrição deve ser realizada na sede do parque, em Itaipuaçu, ou pelo telefone 2638-4411.(O Fluminense)

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