sexta-feira, 18 de junho de 2010

Estaleiro Aliança, no Barreto, recebe verba para construir mais 19 navios

Novas embarcações serão fabricadas até o ano de 2016 e vão gerar cerca de 930 empregos diretos e indiretos na cidade. Indústria Naval em Niterói comemorou a divulgação da notícia

A indústria naval em Niterói está a pleno vapor. Ontem, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento equivalente a R$ 1,2 bilhão (US$ 750 milhões) à Companhia Brasileira de OffShore (CBO), do grupo Fischer, para a construção de 19 embarcações de apoio marítimo, no Estaleiro Aliança, no Barreto, em Niterói. Desse total, quatro embarcações já estão contratadas para prestarem serviços à Petrobras. 

Até setembro de 2016, quando os navios devem ser entregues, a obra irá gerar 930 empregos diretos e indiretos na cidade.

Segundo nota do BNDES, este que é um dos maiores empréstimos já realizados pelo banco ao setor naval privado, permitirá que a frota da empresa aumente para 40 embarcações no final do projeto.

Na última quarta-feira, o Estaleiro Aliança anunciou a expansão e modernização de suas instalações, que também serão financiadas com recursos do BNDES e da Marinha Mercante. Os R$ 85 milhões servirão ainda para criar uma nova fábrica de peças, em Guaxindiba, também em São Gonçalo.

Segundo Luiz Maurício Portela, presidente do Estaleiro Aliança, a expansão e a construção da nova unidade do grupo irá gerar 1,2 mil empregos diretos e 3 mil indiretos nos próximos anos.

Frota – O dinheiro, que teve aprovação pela diretoria do BNDES no fim de maio, sairá do Fundo da Marinha Mercante (FMM), do Ministério do Transportes. 

Com os recursos, o grupo brasileiro poderá dobrar sua frota de navios, tornando-se a maior detida por uma empresa de capital nacional. A empresa possui 17 navios e deve concluir a construção de outros dois no segundo semestre deste ano. A informação do bilionário empréstimo foi confirmada pelo BNDES e a CBO.

O objetivo do empréstimo é atender a demanda da Petrobras em suas plataformas de exploração em alto-mar do petróleo do pré-sal. Os 19 navios, dos quais 17 deles poderão transportar 3 mil toneladas de carga máxima e outros dois 4,5 mil toneladas, serão construídos pelo Estaleiro Aliança. Mas apenas quatro dos 19 navios previstos pela CBO já foram licitados pela Petrobras. A empresa aguarda novas rodadas de licitações. 

Unidades de apoio

As embarcações a serem construídas serão do tipo PSV (sigla em inglês para navios de apoio à plataforma). São navios que transportam suprimentos para as plataformas, com capacidade de se manter estáveis em alto-mar, evitando colisões ou afastando-se das grandes estruturas de perfuração flutuantes. 

As 19 embarcações, do tipo PSV 3000 e PSV 4500, serão empregadas no transporte de suprimentos de plataformas de exploração e produção de petróleo no mar. A frota atual da CBO é de 17 embarcações em operação, com mais quatro em construção, sendo a maioria delas do tipo supridores de plataformas (PSV).
Expansão – Para atender os critérios de uso de componentes de fabricação nacional, a empresa utilizará sua unidade, o Estaleiro Aliança, no Barreto, em Niterói, onde serão produzidos os blocos de aço para os navios. 

A CBO do grupo Fischer, que atua também na produção de suco de laranja e maçã e é controlada pela família de mesmo nome, se dedicou nos últimos anos em atividades de navegação especializada ao apoio offshore. A empresa não informa seu faturamento, mas sua receita gira em aproximadamente R$ 200 milhões, segundo estimativas.(Fluminense)

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