segunda-feira, 23 de maio de 2011

Copa Niteroiense de Kung Fu acontece no próximo domingo


Liceu Nilo Peçanha será palco da celebração da cultura oriental em solo niteroiense. Serão realizadas tradicionais apresentações chinesas como a “Dança do Dragão”


Sua origem remonta há mais de três mil anos, em um território hoje ocupado pela China, mas a arte marcial que incorpora o movimento dos animais para tomar forma segue mais viva do que nunca. Principalmente em Niterói, que dará prova disso no próximo domingo, às 8 horas, quando será realizada no Liceu Nilo Peçanha a segunda edição da Copa Niteroiense de Kung Fu.


Mais do que uma simples competição entre atletas, o evento, que é promovido pelo Centro de Artes Marciais Chinesas (Camac), será a celebração da cultura oriental em solo niteroiense. Serão realizadas apresentações tradicionais do país mais populoso do mundo, como a “Dança do Dragão”, demonstrações de Chi Kung (técnica que consiste em canalizar a energia espiritual para transformá-la em força corporal e possibilitar a quebra de objetos como tijolos), além das modalidades que serão avaliadas em caráter competitivo, como lutas, formas e Tai Chi Chuan.


Os combates serão divididos em três categorias – Sanshou, Kushou e Fight. Serão também avaliadas as demonstrações de Formas (encenação de lutas), com e sem a presença de armas chinesas, assim como Tai Chi Chuan, que mesmo sendo generalizada como arte terapêutica, está inserida na esfera marcial do Kung Fu. A estimativa da organização é de que um número aproximado de 100 atletas de Niterói, São Gonçalo, Maricá e do Rio de Janeiro, todos de nível municipal, participem do evento, que teve sua primeira edição realizada em 2009, no Fonseca Atlético Clube.


O Shifu Marcelo Duarte,  responsável pela organização da competição e representante do estilo Garra de Águia em Niterói, destaca que todas as medidas para garantir a segurança e integridade dos atletas foram tomadas e está otimista para a presença em massa do público no ginásio do colégio. 


“Levamos um ofício para os bombeiros e demais responsáveis pelas boas condições dos lutadores. Uma ambulância estará no local e esperamos um bom número de pessoas”.


Shifu Marcelo também deixa claro que é preciso mudar a imagem que boa parte da sociedade ainda não compreende o Kung Fu em sua plenitude. Interpretações errôneas de que se trata apenas de uma arte marcial e de que o Tai Chi Chuan não é um estilo de luta é comum por exemplo. A arte vai além da defesa pessoal e visa a transformação do ser humano através da milenar filosofia dos monges do oriente.


“É uma arte que ainda está escondida, mas à medida que as pessoas acompanharem acho natural o interesse. Normalmente acham que se trata apenas de uma dança ou filosofia, mas existe a parte da luta e dos torneios”, afirma.


Para vencer as barreiras da falta de incentivo, Marcelo acredita que a popularização do estilo através de projetos sociais e exibições públicas é o caminho mais fácil. Não só como forma de ensinamento de combate corporal, mas também pensando em uma sociedade mais saudável por meio de uma cultura que sobrevive à passagem do tempo.


“Acho que apresentações em praias ou em praças são válidas para que as pessoas entrem em contato com o Kung Fu”, disse.


Estilo apenas observa o crescimento do MMA no mundo

Durante a década de 70, principalmente através do fenômeno cultural desencadeado pelo artista marcial Bruce Lee, o Kung Fu ganhou notoriedade global. Já em 1999, no primeiro filme da trilogia Matrix, ganhou novo gás graças aos efeitos visuais misturados com técnicas da arte marcial chinesa. Entretanto hoje o planeta vive o crescimento de competições de MMA.


Os eventos de artes marciais mistas são sucesso ao redor do mundo, onde atletas de luta olímpica, jiu-jitsu e muay thai, majoritariamente, lutam entre si para provarem quem é o mais completo combatente.


Mesmo conhecida por sua eficiência e velocidade no mundo das artes marciais, o Kung Fu parece observar de longe a evolução dos torneios de MMA. “Não sou o dono do Kung Fu e respeito a palavra do meu mestre. No momento o que ele me diz é para não envolver nosso estilo no meio do profissionalismo, mas continuar com as manifestações culturais”, disse o shifu Marcelo Duarte, ressaltando que não existem restrições para atletas tentarem a sorte no mundo dos octógonos.


“Existem atletas, não aqui, mas em São Paulo, que seguiram esse caminho, o mestre libera. É claro que você vai por risco próprio, mas existem casos sim”. Para o lutador profissional de Kung Fu Leonardo Barbosa, discípulo do shifu Marcelo, o caminho é interessante e por isso ele pretende segui-lo em 2012.


“Caso haja a oportunidade acho muito válido e como já sou atleta profissional de Kung Fu, já tenho um projeto de entrar nesse meio do MMA no ano que vem. Já recebi até convites para participar de eventos, mas não pude ir já que ia lutar no Campeonato Brasileiro de Kung Fu. Mas a expectativa agora é a partir do ano que vem já começar a trabalhar em cima disso”, declara.(O Fluminense)

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