quinta-feira, 29 de julho de 2010

Três anos após Pan do Rio, governo ainda explica gastos

Tribunal de Contas da União questiona a aplicação de R$ 50 milhões

Exatos três anos após a realização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, as contas dos gastos nas disputas ainda são questionadas nos tribunais e as instalações esportivas erguidas não se transformaram em centros de desenvolvimento de talentos. E ao mesmo tempo em que o governo federal admite que pode não ter como comprovar até R$ 1 milhão em despesas, ele se tornou o melhor exemplo de como aproveitar o legado.

O secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, informou que o governo federal gastou R$ 1,6 bilhão no Pan 2007. Destes, o Tribunal de Contas da União (TCU) questionou a aplicação de R$ 50 milhões.

– Ainda estão em análise R$ 25 milhões. A outra metade já comprovamos que está tudo certo, tanto que não sofremos nem sequer uma condenação. Explicaremos tudo o que foi gasto e como foi gasto, mas não sei se vão aceitar as justificativas e os comprovantes que apresentaremos para cerca de R$ 1 milhão em despesas – disse Leyser.

Caso o rombo de R$ 1 milhão seja caracterizado, cerca de R$ 400 mil referem-se somente a hospedagens.
COMO DEVERIA SER

Fora dos tribunais, o governo federal deu um exemplo de como aproveitar o legado esportivo e social do Pan. O Complexo Esportivo de Deodoro, na Zona Oeste, que compreende os Centros Nacionais de Tiro Esportivo, Hipismo, Pentatlo Moderno e Hóquei sobre Grama, se voltou para o desenvolvimento esportivo.
Desde o fim do Rio 2007, 81 competições aconteceram em Deodoro, além do desenvolvimento de projetos sociais, como a escolinha de hóquei sobre grama, que tem 130 alunos da rede pública de ensino. A instalação será utilizada nos Jogos Mundiais Militares Rio 2011.

Pan não serve para 2016

O Tribunal de Contas do Município (TCM) não aceitou um dos principais argumentos usados pelos organizadores para justificar a realização do Jogos Pan-Americanos e deixou isso claro em sua análise. Para o TCM, o fato de servir de trampolim para a conquista da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 não era um motivo para a ocorrência das competições.

– Por si só, tal interesse não ensejaria a realização do investimento naquele momento – escreveu em seu relatório o TCM.

Após concluir sua investigação nos contratos celebrados pela prefeitura do Rio, o TCM apontou vários problemas de infraestrutura nas instalações. Pela análise apresentada, ao fim dos Jogos, o Estádio Olímpico João Havelange, o Parque Aquático Maria Lenk, a Arena Multiuso, além do Velódromo, conviviam com infiltrações, desgastes em juntas, falhas de impermeabilização.

Os inspetores do TCM recomendaram o reparo dos problemas que, tempos depois, foram realizados.(Lancenet)

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