Principal acervo cultural da cidade está fechado por causa de obras que já duram mais de um ano. População também reclama da falta de mais opções de cultura no município
A obra na Biblioteca Estadual de Niterói (BEN) completou um ano esse mês e, até agora, um dos principais pontos culturais da cidade não tem data para reabrir. Mas a Secretaria Estadual de Cultura prevê cerca de mais três meses para que o local esteja equipado e mobiliado novamente. Enquanto isso, a população reclama da falta de opções de lazer e cultura e de ter que ir até o Rio de Janeiro para fazer pesquisas.
Localizada na Praça da República, no Centro da cidade, a biblioteca ocupa uma área de 1.500 metros quadrados e possui um acervo de mais de 85 mil livros. Além da restauração, as obras incluem a alteração do telhado e recuperação das redes hidráulica e elétrica, processo pelo qual passaram, também, o piso e a fachada. E a promessa é que, além de livros, o espaço ofereça um cardápio variado de atividades como debates, exposições, seminários e oficinas.
A psicóloga Letícia do Rosário, 30 anos, torce para que o projeto se torne logo realidade. Ela, que trabalha com pacientes psiquiátricos, lamenta não estar mais podendo usar o espaço para fazer trabalhos de recreação com eles.
“Sempre os trazia aqui para fazer algumas atividades, mas agora não tenho mais essa opção. Já não temos muitas áreas de lazer na cidade, e essa obra ainda demora”, reclama a psicóloga.
A obra na biblioteca é um grande transtorno para os universitários. Na hora de pesquisar, muitos acabam tendo que ir até o Rio de Janeiro para poder conseguir informações.
“É complicado não ter opções de estudo na sua cidade. Ter que mudar de município para fazer um trabalho é revoltante. E olha que eu conheço muita gente que sempre faz isso”, lamenta a estudante de fisioterapia Adriana Melo, 22 anos.
Com um filho de 17 anos, a bancária Neucle Pozzatti também teme ter que ir até outro município para ajudá-lo em algum trabalho acadêmico.
“Quero que a biblioteca abra logo. Fiz muita pesquisa aqui quando estava no colégio e temo que meu filho não tenha essa oportunidade”.
O aposentado Antônio Pires, de 81 anos, passa quase que diariamente na frente da obra e aguarda ansioso a reabertura.
“Sempre tem gente trabalhando, não tem como falar que não estão fazendo nada. Mas espero que terminem logo, um ano é tempo suficiente para construir uma nova biblioteca, não apenas para restaurar”, avalia.
Segundo a Secretaria Estadual de Cultura, todas as bibliotecas vinculadas ao órgão que estão sendo implementadas ou sofrendo reformas seguem os princípios de um espaço que reinventa o conhecimento e a memória, estimula a criatividade e a interação. A previsão é da BEN reabrir até o final do segundo semestre.
(O Fluminense)
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