segunda-feira, 5 de julho de 2010

Agora é lei: sacolas plásticas serão substituídas pelas ecobags

Medida que entra em vigor no próximo dia 15 estimula o uso de bolsas retornáveis e prevê o recolhimento de unidades de plástico nos estabelecimentos comerciais do estado

Umas das grandes vilãs do meio ambiente é a sacola plástica, que leva cerca de 100 anos para se decompor e é produzida e consumida em larga escala no Brasil. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, foram produzidas, em 2009, 15 bilhões de sacolas plásticas no país. O estado do Rio de Janeiro foi responsável pela produção de 3% dessas sacolas. 

Para combater este problema ambiental, entra em vigor, no próximo dia 15, a lei estadual 5.502/09, de autoria do governador Sérgio Cabral Filho. A lei prevê o recolhimento e a substituição de sacolas plásticas por sacolas retornáveis nos estabelecimentos comerciais do estado. A expectativa é que haja um corte de cerca de 30% no consumo e no descarte irregular deste tipo de material. 

A empresária Fabiana Avelar veste a camisa do uso das ecobags. Há sete anos trabalha com ações voltadas para a destinação correta de resíduos em sua empresa e desde então faz uso das sacolinhas, que ela compra ou ganha nas feiras de sustentabilidade que frequenta. 

“Não uso porque sei do que o saco plástico é feito. Por já ser composto por material reciclado, dificilmente o saco plástico pode ser reciclado, pois tem uma qualidade muito baixa”, diz. 

Ela não usa sacos plásticos para nada e seus funcionários são proibidos de usar o material na empresa. Mas observa que, apesar dos incentivos, no Rio, poucos consumidores aderiram às ecobags.

“As pessoas veem as ecobags como um acessório, não como uma mudança de atitude. No mercado, quando são oferecidas caixas de papelão como uma opção para carregar as compras, as pessoas pegam as caixas e enchem de sacolas plásticas. Em São Paulo, a maioria dos mercados dá desconto para quem usa sacolas retornáveis. Isso deveria acontecer aqui pois, infelizmente, o consumo consciente é mais efetivo quando atinge o bolso do cliente”, critica. 

O prazo previsto em lei para que as empresas de médio e grande porte façam a substituição é até o dia 15 de julho. As micro e pequenas empresas terão de dois a três anos para se adequarem à lei. A decisão vem causando polêmica e resistência por parte dos supermercados. Recentemente, donos de grandes empresas participaram de uma audiência pública da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), pedindo a prorrogação deste prazo.

“Houve um pedido da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para a prorrogação do prazo, mas não foi aceito. Há uma resistência muito grande do Governo e, principalmente, do deputado Carlos Minc, pois esta mudança já era prevista há mais de um ano”, explica o presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, André Lazaroni. 

Apesar da controvérsia, alguns supermercados já estão tentando reduzir o consumo de sacos plásticos através de campanhas sustentáveis. O Grupo Pão de Açúcar lançou no ano passado uma campanha que estimula o uso das sacolas retornáveis entre os consumidores. Os clientes cadastrados que utilizam suas ecobags ganham pontos que são trocados por vale-compras. 

A jornalista Teresa Duque Estrada aderiu às ecobags pela praticidade, pois detestava carregar um monte de sacos plásticos. 

“Dependendo do que eu compre, até coloco na bolsa. Se for muita coisa, compro uma na hora mesmo. É tão baratinho, não passa de R$3, e ainda tem outras utilidades. É ótima para usar na praia, na feira”, diz.

Ecobags estilizadas por outros segmentos 

Lojas de outros segmentos também estão adotando e apoiando o uso das ecobags. A perfumaria Granado, por exemplo, acaba de lançar bolsas de tecido para amenizar o impacto ambiental. Levando a bolsa - que custa R$ 25 - a uma loja da Granado, o cliente ganha 5% de desconto. Outra loja que vende ecobags a preços acessíveis nas mais diversas estampas é a Lojas Americanas. Todas a R$ 1,99. A Imaginarium também vai lançar em breve uma sacola retornável dobrável. Ela pode ser usada como chaveiro quando seu uso é desnecessário. As sacolas têm três temas - chiclete, chocolate e caixa de fósforos, mas a loja ainda não tem previsão de lançamento nem do preço sugerido. 

Já algumas lojas de roupas estão substituindo a velha sacola plástica ou de papelão pelas ecobags. A Cantão está abolindo as sacolas de plástico oxi-biodegradável. Elas serão substituídas por sacolas de algodão natural que não usam qualquer produto químico em sua fabricação. A medida vai ser adotada em todas as lojas e não terá custo para as clientes, que serão incentivadas a usar a mesma sacola quando voltarem para compras na marca. A Ecletic também vai adotar as ecobags como embalagem da nova linha Ecletic Sustentável - que estará nas lojas a partir de agosto deste ano e é composta por blusas feitas com malhas ecologicamente corretas.(Fluminense)

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