sexta-feira, 26 de março de 2010

Renato Russo 50 anos

Dia 27 de março de 1960. Cinquenta anos atrás, Renato Manfredini Júnior nascia. Falar de sua importância para a Música Popular Brasileira é chover no molhado. Ao lado de Cazuza, Renato Russo é considerado até hoje o principal porta-voz da geração 80 de nossa música. Foram oito discos de estúdio lançados ao lado da Legião Urbana e mais dois solos. E isso sem contar os póstumos que volta e meia saem por aí.

Do punk do Aborto Elétrico ao romantismo piegas de "Strani amore", muita coisa aconteceu na carreira de Renato Russo. Em 36 anos, a sua obra nem foi tão grande. Mas foi grandiosa. Cada álbum lançado era, de fato, um Álbum. Tudo muito bem feito e bem pensado. Desde a capa, passando pela ordem das músicas, os títulos... Valeu a pena. O perfeccionismo - e a genialidade - de Renato Russo fez com que a sua banda entrasse para a história. A principal banda do BRock. Canções eternas. Tão eternas que, 14 anos após a morte do compositor, continuam sendo cantadas em qualquer lugar, por pessoas de todas as classes sociais e de todas as idades.

Fazer isso possível não é fácil. Mas o Filho da Revolução conseguiu. As suas letras tocavam os corações das pessoas. Renato Russo era um amigo. Parecia que cada uma de suas letras havia sido escrita para você. "Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?" "Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação." "Quando tudo está perdido, sempre existe um caminho." "Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira." "Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar." "Uma menina me ensinou quase tudo o que eu sei". "Nem foi tempo perdido, somos tão jovens." "E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?" "SERÁ QUE VAMOS CONSEGUIR VENCER?"

Versinhos tão simples, mas que dizem tanta coisa. Quem teve a oportunidade de assistir a um show da Legião Urbana, sabe bem disse. As apresentações de Renato e companhia eram verdadeiras missas. Dezenas de milhares de pessoas cantando tudo. Aos berros. Do início ao fim. Como nunca acontecera antes. E, pode ter certeza, nunca mais acontecerá.

A Aids calou o Poeta no dia 11 de outubro de 1996. As músicas ainda ecoam nos corações dos fãs. Nos últimos anos poucas coisas mudaram no país. "Que país é esse?", escrita em 1978, continua mais atual do que nunca. Renato Russo, apesar da crítica sempre mordaz, plantou algumas sementes na cabeça daquela juventude da década de 80. Será que essa mesma juventude conseguirá mudar alguma coisa?

Nos seus aniversários, Renato Russo costumava descer até a portaria de seu prédio, na rua Nascimento e Silva, em Ipanema, para comemorar junto com os seus fãs. Talvez isso explique porque ele conseguia tocar o coração deles de forma tão profunda. No sábado, ele não descerá à portaria. Certamente seria uma festa.

Feliz aniversário!


"E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...

Lá vem, lá vem, lá vem
De novo:
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei

Quando quero
Quando quero
Quando quero

Eu rabisco o sol que a chuva apagou...
Acho que estou gostando de alguém..."


(SRZD)

Um comentário:

  1. Grande Renato Russo, ele nunca será esquecido pelo maravilhoso trabalho que fez na música brasileira.

    Beijos

    ResponderExcluir