Armados com fuzis, os criminosos teriam se passado por policiais civis quando anunciaram o assalto na casa noturna e levaram cerca de vinte mil reais mais equipamentos de segurança
A polícia está investigando uma quadrilha que assaltou, no último domingo, a recém-inaugurada boate La Vie, na Avenida Quintino Bocaiúva, em São Francisco, Zona Sul de Niterói. De acordo com informações policiais, três homens armados com duas pistolas e um fuzil, usando roupas falsas da Polícia Civil, fizeram reféns oito funcionários do estabelecimento, entre eles dois seguranças armados, um gerente e cinco operadores de caixa, e roubaram R$ 20,2 mil em espécie, dois aparelhos celulares e uma torre de monitoramento que armazenava as imagens do circuito interno de TV. O caso foi registrado na 79ª DP (Jurujuba) e as investigações vêm sendo mantidas em sigilo.
Os proprietários da casa noturna, que pediram para não serem identificados, disseram que os bandidos chegaram por volta das 8h30min e se apresentaram como policiais civis, alegando que queriam apurar denúncias de assaltos na região. Ainda de acordo com os donos, ao abrirem a porta, os funcionários foram rendidos numa ação rápida que não ofereceu reação por parte dos seguranças.
“Eles rapidamente anunciaram o assalto com as armas apontadas, colocaram todos os reféns agrupados em um canto e obrigaram que eles ficassem sentados com a cabeça entre as pernas. Os três estavam bem vestidos, com calças jeans, sapatos e camisas da Polícia Civil. Os funcionários não puderam dizer as características físicas dos criminosos porque estavam nervosos e com as cabeças baixas. No entanto, perceberam que eles aparentavam ter entre 30 e 35 anos”, informou um dos donos da boate.
Segurança vai ser reforçada
Inaugurada em 14 de janeiro deste ano, a boate La Vie acabou invadida e assaltada por criminosos dois meses depois. Os proprietários da casa noturna lamentaram o episódio, mas avaliaram que serviu para melhorar o sistema de segurança da casa.
“Não dá para contar com a segurança pública. Após esse assalto, fizemos um investimento forte com cofres, três alarmes conectados diretamente com a central, monitoramento com câmeras on line, carro forte para recolher os valores e equipes de segurança com dez homens que só vão embora depois do fechamento total da casa”, ressaltou um dos donos do estabelecimento.
Funcionários e clientes de outros estabelecimentos comerciais da orla de São Francisco também reclamam da falta de segurança na região. De acordo com o dono de um restaurante da Avenida Quintino Bocaiúva, que pediu para não ser identificado, poucos lugares na cidade têm um centro boêmio que funciona todos os finais de semana e durante as madrugadas.
“Essa movimentação de pessoas, onde o dinheiro circula, é um verdadeiro chamariz para assaltantes. O policiamento nos fins de semana aqui na orla deveria ser mais eficiente”, avaliou.
O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Ruy Sérgio França, não foi encontrado para comentar o caso. Ele e oficiais do batalhão teriam sido convocados para a manifestação pelos royalties do petróleo no Centro do Rio.
Memória – Não é raro criminosos usarem disfarces para cometerem crimes. Em agosto de 2006, quatro homens vestindo ternos pretos e se passando por oficiais de Justiça assaltaram uma mansão em São Francisco, na Zona Sul de Niterói. Em julho do mesmo ano, dez bandidos fortemente armados e com roupas da Polícia Federal roubaram um bingo em Botafogo, na Zona Sul do Rio. No ano anterior, outro bingo foi assaltado em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, por homens armados e com camisas da Polícia Civil. Na ocasião, eles chegaram a usar um carro com giroscópio, um tipo de sirene usada em viaturas policiais.
O Fluminense
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