terça-feira, 16 de março de 2010

Niterói e São Gonçalo sofrem com a falta de energia

Moradores de vários bairros dos dois municípios sofrem com a falta de abastecimento de energia elétrica. Temporal derrubou galhos e árvores inteiras sobre a rede

No final da tarde, motivados pela falta de luz que completava 24 horas, moradores de diversos bairros de Niterói e São Gonçalo como Icaraí, Jurujuba, Engenhoca, Porto da Madama, Paraíso, Jardim Catarina, Maria Paula e Gradim realizaram protestos em diversas ruas da cidade, queimando pneus e pedaços de madeira, na esperança de chamar a atenção da concessionária para restabelecer o fornecimento de energia. Uma chuva de verão acompanhada de fortes ventos, no domingo à noite, foi o bastante para gerar um novo colapso no fornecimento de energia na Região Metropolitana do Rio. 


A falta de luz começou, na maioria dos bairros, por volta das 18h30, junto com o vendaval e a tempestade de verão. Dessa vez a falta de luz parece ter atingido todas as regiões das cidades do Rio, Niterói e São Gonçalo. 

A redação de O Fluminense recebeu ao longo do dia mais de 80 reclamações oriundas de, pelo menos, 40 bairros e comunidades diferentes, como Baldeador, Fonseca, Barreto, Santa Rosa, Icaraí, São Francisco e Charitas.

Em muitos casos, a falta de luz passou até de 24 horas. 

Prejuízos - Comerciantes e moradores contabilizaram os prejuízos depois de tantas horas sem energia elétrica. O comerciante

Ricardo Heffer Matheus perdeu o movimento do dia, todo o pão que estava pronto para assar e parte dos frios.

“Contando o que tive que jogar fora e o movimento, perdi mais de R$ 2 mil”, disse.

A professora de informática Deborah França mostrou, por sua vez, a geladeira com a comida estragada.

“Perdi toda a comida que estava na geladeira, sem falar na noite de calor sem poder ligar o ventilador”, reclamou.

A dona de casa Fátima Rodrigues tem um filho com diabetes e gasta cerca de R$ 120 em medicação por semana, que precisa ser armazenada na geladeira.

“Se a luz não voltar, vou perder cinco ampolas de cada insulina, como vou fazer com o meu filho?”, questionou.

Moradores de Itaipu vão acionar Ampla na Justiça

Os moradores da Rua Esmeralda Valladares (antiga 24), no loteamento Soter, Itaipu, vão entrar com um pedido de representação no Ministério Público Estadual (MPE), para que seja feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Ampla, e no Juizado Especial Cível, apelando para o Código de Defesa do Consumidor. 

O Ministério Público Estadual informou que há muitas reclamações oriundas da ouvidoria e representações públicas com queixas contra a concessionária.

O secretário geral da Comissão de Moradores de Niterói (ComNit) Ricardo Pache de Farias, disse que já está na hora da Justiça atuar no cumprimento da lei. 

“A Ampla está deixando de cumprir o Código de Defesa do Consumidor, o mínimo que se pode exigir é que essas pessoas sejam ressarcidas de seus prejuízos”, acusou.

O ComNit pretende mover uma ação conjunta contra a concessionária, e divulga os telefones 7610-9388 e 8598-4512 para os interessados.

Dia de ‘reconstrução’ nos bairros

Por toda a cidade, o clima, ontem de manhã, era de desolação. Pessoas varrendo as calçadas, árvores caídas e falta de luz. Muitos telhados que foram arrancados pela tempestade de domingo eram recolocados pelos próprios moradores antes de seguirem para o trabalho. Enfim, a população teve um dia cheio de prejuízo e necessidade de reconstrução. Na Rua Visconde de Sepetiba, no Centro, seis árvores tombaram com o vento e estavam deitadas em parte da rua, atrapalhando o trânsito. Na Rua Fróes da Cruz esquina com Visconde de Itaboraí, um galho caído causou um curto-circuito na rede, que começou a pegar fogo. Todo o quarteirão ficou sem luz, também desde as 18 horas de domingo.

Na Rua João Brasil, no Fonseca, uma árvore enorme bloqueava toda a calçada e parte da pista em frente ao número 736. Os moradores e pedestres precisavam se arriscar na curva, com pouca visibilidade, para poder passar. 

A dona de casa Lúcia Lopes, de 67 anos, precisava levar o neto à escola e temia a travessia.
“Se não tirarem a árvore daqui ele vai perder a aula, não vou andar com ele no meio da rua”, reclamou.

De acordo com os moradores, a árvore só foi retirada às 16 horas, quando a equipe da Prefeitura chegou ao local.

A Ampla informou que é responsável por realizar apenas a poda de galhos de árvores que estão em contato direto com a rede elétrica. A Ampla ainda informou que dobrou o seu efetivo e está trabalhando para normalizar completamente a situação o mais rápido possível.
(O Fluminense - Alessandro Guimarães(Foto))

Um comentário:

  1. pow ricardinho vc jogou fora os pães , processa a ampla pelo prejuizo dos pães e dos frios...manoella sua prima...

    ResponderExcluir