Mais de 170 intimações foram feitas em um mês para que donos de imóveis consertem calçadas danificadas espalhadas por Niterói. Má conservação ainda pode gerar multa aos proprietários
A Fiscalização de Posturas e a Secretaria de Acessibilidade e Cidadania da Prefeitura de Niterói estão de olho no estado de manutenção das calçadas nas ruas da cidade. Semanalmente, os técnicos municipais vistoriam e checam denúncias de problemas nos passeios. Buracos, desníveis e reparos malfeitos são alguns dos alvos da fiscalização. Somente no mês de junho foram entregues 174 intimações, referentes a conserto de calçadas, a maioria no Centro e no bairro de Santa Rosa. Segundo a Prefeitura, 80% destas intimações já foram atendidas.
A construção, reparo e manutenção de calçadas na frente de um imóvel é de responsabilidade do proprietário, desde que a via seja asfaltada. A medida está prevista no Código de Posturas de Niterói. Os pedestres apoiam a fiscalização e relatam problemas já vivenciados por causa dos buracos no caminho. É o caso da estudante Christiana Duran, de 29 anos, ela passa todos os dias pela Rua Professor Lara Vilela, em São Domingos, próximo ao campus da UFF, e diz que esbarra com a mesma situação há 20 anos.
“Essa rua sempre teve estes buracos. Eu me lembro quando eu era criança e estudava aqui perto, a calçada sempre esteve deteriorada e com acúmulo de lixo. Às vezes até ratos ficam por aqui, o terreno parece abandonado e a calçada se acabou com o tempo. Hoje levo minha filha de 3 anos para a escola e continuo convivendo com o problema de quase 20 anos atrás. Há três semanas, meu pai, de 67 anos, caiu aqui e torceu o tornozelo”, conta Christiana, que tem que carregar a mochila de rodinha da filha Catarina e se equilibrar no trecho repleto de buracos.
Na Rua Marquês de Caxias, no Centro, um grande e profundo buraco ameaça os pedestres. A doméstica Carla Santos, de 43 anos, disse que o buraco começou pequeno, mas foi crescendo mês a mês.
“Só nesta calçada, acho que tem pelo menos uns quatro buracos e vários desníveis. Este buraco deve estar aí uns seis meses, há pouco tempo colocaram a madeira para alertar os pedestres. Eu mesma caí uma vez em um buraco em uma rua no centro, meu salto plataforma ficou preso e eu torci o pé”, relata Carla.
Na Rua Ary Parreiras, no Vital Brazil, o autônomo Silvio Batista de Araújo, 45 anos, diz que convive com um buraco no caminho da sua casa há mais de dois anos. Para ele, a causa do problema é o estacionamento constante de caminhões e carros no local.
“Eu sempre caminho olhando no chão para não correr o risco de tropeçar em um buraco nas calçadas. Mas, quando chove, fica muito difícil porque, com lama e com o transbordamento do rio, não dá para enxergar nada, o risco é maior”, comenta Silvio Araújo, morador da rua.
A calçada da Rua Américo Oberlander, em Santa Rosa, também apresenta mau estado de conservação.
“O problema é antigo. Eu tinha dificuldades de passar com o carrinho de bebê do meu filho, e, agora, temos dificuldades de passar com o triciclo”, conta Rosane Lima Simões, 34 anos, representante de vendas.
“O problema é antigo. Eu tinha dificuldades de passar com o carrinho de bebê do meu filho, e, agora, temos dificuldades de passar com o triciclo”, conta Rosane Lima Simões, 34 anos, representante de vendas.
Resultados – A presença dos técnicos nas ruas e as notificações estão apresentando resultados. Entre as ocorrências mais comuns estão a falta de conservação, buracos causados pela raiz das árvores e falta de rampas adequadas. Segundo a Prefeitura, a Fiscalização de Posturas e a Secretaria de Acessibilidade e Cidadania notificaram alguns proprietários que se adequaram antes do prazo de 30 dias terminar. No Ingá e no Largo do Marrão, algumas calçadas já foram feitas, assim como no polígono do Centro algumas rampas já foram construídas. Um destes casos foi a Rua Santa Rosa, no Largo do Marrão, onde um estabelecimento comercial consertou a calçada e adaptou rampas.
A multa para quem não se adequa no prazo da intimação pode chegar a R$ 971,17 por dia. Denúncias podem ser feitas à Ouvidoria do município pelo telefone 3523-8404 ou através do e-mail ouvidoria@niteroi.rj.gov.br.(O Fluminense)
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