Universidade terá coletivo próprio para levar estudantes em segurança até os terminais de ônibus e das barcas. Medida pode ajudar evitar assaltos perto dos campi
Para amenizar a exposição dos alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) aos riscos de transitar próximo aos campi, evitando que eles sejam vítimas de assaltos, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes) abriu licitação para a compra de ônibus que farão o transporte universitário em período integral. A medida foi divulgada na semana em que alunos da universidade criaram um site para alertar sobre a violência no entorno da UFF, em que as vítimas podem postar depoimentos sobre as violências sofridas.
Com intervalos de 15 minutos, os coletivos deverão circular entre os campi, além de levar os alunos aos principais pontos do transporte público como o Terminal Rodoviário João Goulart e a Estação das Barcas, no Centro. Eles deverão, também, complementar o trabalho de alguns micro-ônibus, de baixa capacidade, que já auxiliam na locomoção de alunos em disciplinas específicas, conforme explicou o pró-reitor da Proaes, Sérgio Mendonça.
“A ideia dos ônibus é favorecer a vida acadêmica dos estudantes, que têm aulas em diferentes campi e também melhorar a questão da segurança, principalmente à noite. Os ônibus vão passar no Centro de Niterói. Claro que isso não substitui o poder público, mas é uma contribuição”, argumenta.
A UFF vai adquirir três ônibus, mas o terceiro veículo deve ser destinado ao Polo de Volta Redonda, no interior do estado. O processo de licitação está em andamento e a empresa vencedora ainda terá 90 dias para entregar os veículos. O pró-reitor acredita que até o fim do ano o serviço esteja disponível.
Os alunos alegam, no entanto, que o número de ônibus para Niterói é insuficiente.
“Dois ônibus dá para no máximo 90 pessoas. A UFF tem milhares de alunos que passam por aqui em diferentes horários”, argumenta a estudante Maria Nazareth, de 24 anos, matriculada no 7º período do curso Serviço Social, no campus do Gragoatá.
A Universidade Federal Fluminense possui cerca de 20 mil alunos, sendo que pelo menos 10 mil têm aulas à noite, horário de maior perigo.
“Se tivesse recurso para comprar cinco [ônibus], eu compraria. Mas não basta estalar os dedos para conseguir recursos públicos. Acredito que vai ser possível oferecer transporte de qualidade aos alunos, porque mesmo com os ônibus indo até o Centro de Niterói, o percurso não é longo”, justifica o pró-reitor, adiantando que a UFF já planeja a abertura de nova licitação para 2012.
Internet – O site intitulado “Crimes contra estudantes de Niterói” foi criado para que qualquer estudante possa marcar em um mapa virtual da cidade, o dia, a hora e o local exato em que sofreu algum tipo de violência. Segundo os idealizadores, o principal objetivo é alertar os alunos, principalmente os que não residem no município, sobre os riscos de circularem por algumas ruas, apesar de parecerem tranquilas e terem “belas paisagens”.
Para a estudante Samira Hanna, de 20 anos, matriculada no 4º período de Serviço Social, a iniciativa dos colegas é boa, mas não terá resultado se o poder público não prestar atenção nessa manifestação.
“Já fui assaltada quase no portão da faculdade, em plena luz do dia. Não sei se o bandido estava com algum objeto cortante, mas ele ameaçou me furar se eu não entregasse celular. Somos estudantes e temos que ter a garantia de segurança para frequentar nossas aulas”, reivindica.
O chefe-adjunto da seção de planejamento da PM, tenente Bruno Andrade, reitera que existe policiamento ao redor de todos os campi na cidade. Mas ele argumenta que a maioria das vítimas não registra ocorrência na delegacia, o que dificulta o trabalho da PM, que fica sem saber os pontos de maior incidência de crimes.(O Fluminense)
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