segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

12º BPM termina um ano recheado de denúncias


Unidade também não conseguiu cumprir a meta de diminuir a criminalidade e teve cinco policiais afastados no final de agosto, por determinação da juíza Patrícia Acioli

Em um ano, o 12º Batalhão da Polícia Militar (Niterói) teve três comandantes e muitos projetos de melhoria do policiamento iniciados e outros, adiados. Do ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Paulo Henrique de Moraes, que assumiu no fim de dezembro de 2010 no lugar do tenente-coronel Ruy França (hoje secretário municipal de Segurança e Controle Urbano), passando pelo tenente-coronel Sérgio Mendes, que assumiu no início de setembro até o atual, coronel Wolney Dias, que tomou posse do cargo em 14 de outubro passado, o batalhão não conseguiu cumprir a meta de diminuir a criminalidade na cidade e teve cinco policiais afastados no final de agosto, por determinação da juíza Patrícia Acioli, assassinada no dia 11 daquele mês com 21 tiros quando chegava em casa, devido a envolvimento em vários crimes.
Paulo Henrique foi nomeado pela sua capacidade operacional no comando do Bope e na ocasião de sua posse prometeu reforçar o policiamento feito a pé para evitar viaturas da PM presas no trânsito da cidade e não permitir que nenhuma comunidade fosse comandada pelo tráfico de drogas. Paulo Henrique, antes de ir para o 12º BPM, participou, no final de novembro de 2010 da ocupação do Complexo do Alemão e do Morro da Penha, no Rio.
Quando o ex-comandante do Bope assumiu, os índices de criminalidade violenta eram: homicídio doloso – 9; lesão corporal seguida de morte – 1; latrocínio (roubo seguido de morte) – 0; estupro - 9; roubo a estabelecimento comercial – 23; roubo a residência – 10; roubo a veículo – 70; roubo a transeunte – 197; roubo a coletivo – 35, conforme levantamento divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), vinculado ao Governo do Estado. Em julho, último índice divulgado pelo órgão, os números eram: homicídio doloso - 8; lesão corporal e latrocínio – 0; estupro – 3; roubo a estabelecimento comercial – 15; roubo a residência – 1; roubo de veículo – 41; roubo a transeunte – 225 e roubo a coletivo – 62.
Na ocasião, Moraes argumentou que o aumento do número da modalidade chamada "roubos de rua", que abrangem assaltos a pedestres e coletivos, que impediu que o batalhão não conseguisse cumprir as metas de redução da criminalidade propostas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, foi facilitado pelo complicado trânsito no município.
"O trânsito prejudica a ação da polícia e facilita a ação dos criminosos. Além do grande problema de favelização, crescimento desenfreado", afirmou o então comandante.
Compromisso
Sérgio Mendes assumiu com o compromisso de levantar a moral da tropa, após a suspeita de envolvimento de policiais militares lotados nesse batalhão com quadrilhas que poderiam estar envolvidas na morte da juíza Patrícia Acioli, titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. No mês anterior Moraes afastara cinco PMs da corporação. Outro compromisso foi reduzir os índices dos roubos de rua.
"Minha estratégia será saturar o policiamento preventivo em áreas de maior incidência, ampliando o contato com as delegacias para chegar à identificação e prisão dos grupos que atuam nessas regiões, além de combate ao narcotráfico que facilita ou estimula a ocorrência de pequenos delitos", declarou, assumindo, no entanto, que as medidas esbarravam no problema do baixo efetivo do batalhão.
Mendes prometera continuar projetos iniciados na gestão do antecessor, como reuniões periódicas com a comunidade, ponto eletrônico dos policiais que fazem policiamento comunitário e monitoramento por câmeras.
No dia seguinte à posse, Mendes entrou de férias – tendo deixado o subcomandante, tenente coronel Washington Freire em seu lugar - e ao retornar, foi substituído duas semanas depois por Wolney Dias.
Atualidade
O atual comandante prometeu na época reforçar o policiamento ostensivo onde a mancha criminal apontada em levantamento feito pelo batalhão fosse alta.
"Pretendo trabalhar em parceria com a sociedade. Nós iremos às comunidades e ouviremos as demandas dos moradores. Preciso da ajuda da população para diminuir a criminalidade e cumprir com as metas de redução de crimes letais estabelecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública para o município", disse no dia da posse.
O novo comando comemora este mês a redução de índices de criminalidade e o cumprimento de metas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
"Este mês tivemos apenas 32 roubos de veículos, quando a meta estabelecida era de 84. Ao todo, em 2011 foram roubados 376, quando o máximo determinado era 412. No segundo semestre houve 72 ocorrências de letalidade violenta (homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e auto de resistência). Tivemos saldo positivo de 45 ocorrências abaixo da meta. O que não ocorria há dois anos", comemorou o major Celson Coutinho, chefe da Coordenadoria de Operações de Análises Criminais.
Outro motivo de comemoração do 12º BPM foi o total de roubos de rua no segundo semestre: 1.499, abaixo da meta de 1.681 determinada pelo Governo do Estado. Os índices de roubo a transeunte caíram de julho a dezembro (até o último dia 20). Em julho foram 286 ocorrências; agosto, 275; setembro, 242; outubro, 248; novembro, 210 e dezembro, 176.
Nas operações feitas nas comunidades, desde a posse de Wolney Dias, foram encontrados 8,75 quilos de maconha, 21,8 quilos de cocaína (equivalente a 30 mil cápsulas), 16 bolas de haxixe (maconha mais pura), 70 frascos mais um galão de três litros de cheirinho de loló. Além de 81 armas, sendo 35 revólveres, 35 pistolas, duas espingardas, uma metralhadora, duas garruchas e 14 granadas. Foram apreendidas 74 máquinas caça-níqueis e 13 pessoas foram presas. A PM também prendeu 189 pessoas por tráfico de drogas e porte de armas. No jogo do bicho foram detidas 11 pessoas. Mais 30 flanelinhas e 24.983 DVDs e CDs piratas e nove pessoas foram presas. Nas operações de trânsito 800 veículos foram apreendidos por estarem com documentação irregular.
"Estamos repontencializando o batalhão, colocando mais policiais em áreas com maior criminalidade. Mantivemos parceria com as comunidades e uma vez por mês nos reunimos com elas, ouvindo as suas demandas. Faremos operações nas praias à pé", anunciou Celson.

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