segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Feira do setor reúne mais de cem empresas no Caminho Niemeyer


Niterói sediará desta segunda até quinta-feira, no Caminho Niemeyer, no Centro, o Niterói Naval Offshore (NNO). O evento pretende reunir cerca de cem empresas

A cidade de Niterói sediará desta segunda até quinta-feira, no Caminho Niemeyer, no Centro, o Niterói Naval Offshore (NNO). O evento pretende reunir cerca de cem empresas dos setores naval, de gás e petróleo, entre estaleiros como Atlântico Sul, Mauá, Aliança e Enavi, empresas como a Rolls-Royce Marine e Wellstream e gigantes do setor como a Transpetro. De acordo com o Instituto de Tecnologia Aplicada a Energia e Sustentabilidade Socioambiental (Itaesa), um dos organizadores da NNO, a estimativa é de 18 mil visitantes, a maioria profissionais ligados à área e comunidade acadêmica.

O evento contará com rodada de negócios, promovida pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além de Sessões de Negócios entre as empresas de diversos segmentos interessadas em participar da Cadeia Produtiva Naval Offshore. A feira também terá uma Conferência, com seminários e debates relacionados a questões como logística de apoio, oportunidades para o pós e pré-sal, tecnologia e inovações no setor. Os organizadores esperam movimentar cerca de R$ 100 milhões durante a rodada de negócios.

O setor naval está em ampla expansão, sobretudo, por conta da exploração e novas descobertas de reservas de petróleo no Brasil. De acordo dados da Agenda de Competitividade da Cadeia Produtiva de Óleo e Gás Offshore do Brasil, estudo coordenado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a cadeia produtiva responde por 420 mil empregos formais diretos, indiretos e por efeito de renda. A demanda projetada para esta cadeia produtiva é de cerca de US$ 400 bilhões até 2020, considerando-se as importantes descobertas do pré-sal. O crescimento vai gerar novas oportunidades de negócio e geração de empregos.

Segundo dados da Firjan, o Estado do Rio é responsável por 85% do petróleo e 49% do gás natural produzidos no País. De acordo como o secretário de Ciência e Tecnologia de Niterói, José Raymundo Martins Romeo, a cidade é responsável por 62% da produção de navios no País. Por isso, ele destaca a importância da realização do evento na cidade. Ele  acredita que o município ainda pode atrair novas empresas.

“Niterói é o município com o maior número de estaleiros e empresas dos setores no País. Eu acredito que há um campo enorme para o crescimento do setor de peças. A maioria dos equipamentos internos ainda é importada, mas queremos que elas sejam produzidas aqui (em Niterói)”, destacou o secretário.

Mão de obra – Segundo Romeo, o grande gargalo do Brasil é exatamente em relação à mão de obra qualificada para ocupar os novos postos de trabalho que vão surgir nos próximos anos.

“O País tem deficiência em todos os níveis. Temos apenas cerca de 6,4 milhões de universitários. Desta quantidade, apenas 11% cursam engenharia ou cursos ligados à área. No ensino médio a situação é pior”, destaca o secretário.

Paulo Conte, diretor do Estaleiro Aliança, afirma que a empresa deve gerar mais 300 empregos diretos em 2013.

“Há uma demanda não atendida por engenheiros navais, engenheiros mecânicos, engenheiros elétricos e engenheiros de produção e operacionais mais especializados”, avalia o diretor do Aliança.

Mas o déficit de mão de obra não se resume apenas a cargos de nível superior. De acordo com o presidente do Itaesa, um dos organizadores do evento, Pedro Thadeu Silva, profissões de nível técnico como soldador e riscador de chapa também estão com alta demanda. No entanto, ele está otimista quanto ao mercado de trabalho para os próximos anos.

“Temos percebido um movimento de adaptação das escolas às demandas dos setores naval e gás e petróleo, que são intimamente ligados. Então eu me atrevo a dizer que dentro de seis anos as instituições de ensino já estarão formando profissionais suficientes”, aposta Silva.

Capacitação – Justamente para suprir essa demanda por profissionais qualificados, o Senai Niterói vai inaugurar na quarta-feira o Centro Naval Offshore, cujo objetivo é formar profissionais para atender à grande demanda do setor. O gerente executivo do Senai Niterói, Jorge Rezende, afirma que 90% dos alunos que se formam no curso são absorvidos pelo mercado.

“A demanda é crescente, daí a preocupação do Senai em investir numa área específica para atendimento desse segmento e expandir suas instalações para formar essa mão de obra”.

Para Jorge Rezende é importante que o curso seja aberto em Niterói.

“A unidade foi escolhida para abrigar esse centro porque o maior percentual da demanda da indústria naval e offshore está em Niterói e região”.(O Fluminense)

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